A jornada de The Last of Us chegou ao episódio 4 com uma força gigantesca e com um público já estabelecido. Se nos primeiros capítulos a intenção era apresentar Joel, Ellie e o mundo que estavam inseridos, agora chegou a vez da aventura de ambos realmente começar. E, vamos combinar, não foi um início fraco.
Acredito que, apesar de terem mantido a qualidade de roteiro e do crescimento de cada um dos personagens, houve sim uma queda em relação aos anteriores. No entanto, temos de ser sinceros por aqui, o começo de tudo foi tão impactante e cheio de significados que até mesmo “episódios bons” seriam jogados como algo que decaiu.
Apesar desta baixa, não tivemos uma trama “pior” e sim mais voltada para o que o roteiro precisa mesmo que é o encaminhamento. No primeiro capítulo eles fogem de Boston, no segundo são apresentados às criaturas que representam o maior risco para a sociedade. No terceiro vimos como outras pessoas reagiam a tudo isso, como foi o início desta epidemia e como ainda assim encontravam razões para viverem. Aqui, no quarto, vemos o primeiro passo em direção ao grande fim.
O clima muda em The Last of Us
Joel e Ellie, munidos de todos os elementos necessários para chegarem onde precisam e salvar o irmão do protagonista, seguem viagem. Eles já têm mapa, carro, armas e até mantimentos para sobreviverem ao caos que o mundo se encontra. O herói de The Last of Us carrega até determinadas estratégias que permitem que não caiam logo de cara no perigo que este mundo todo apresenta.
Só que uma história na indústria do entretenimento não progride com tudo dando certo na vida. Logo, uma oposição ou grande ameaça tem de aparecer em seu caminho para mostrar o quanto eles devem evoluir para seguir sua viagem. E é isto que vimos durante o episódio 4, um problema que já foi citado anteriormente que deu as caras para mostrar que os “fungos” são apenas um dos vários perigos que se encontram do lado de fora das zonas de quarentena.
Ainda assim, o mais importante do episódio nem foi isso tudo ser mostrado e finalmente botar ambos em cheque. A prioridade é evoluir o relacionamento que há entre Joel e Ellie, gerando uma aproximação dos dois personagens e mostrando que há sim um ponto de mudança no status deles. Como é uma longa viagem, tudo que eles têm para fazer é conversar, perguntar e compreender o ponto do outro nesse caminho e é isso que acontece até a última cena.
O que alguns consideram “fraco” e que não faz jus ao apresentado na trilogia inicial, ele é tão importante quanto e até mesmo nos detalhes se mostra riquíssimo. Como eu disse anteriormente, conheço o jogo e sei onde essa história vai parar, porém observar tudo isso se construindo nas telas ainda está muito bacana de ver e mantiveram cada pequena nuance para dar aos fãs o resultado que esperam. Não saí desapontado deste capítulo de The Last of Us, muito pelo contrário.
Um episódio bom também é válido
Há certas ausências a serem sentidas, quais acho que deram certo desconforto ao público. Os prólogos mostrando como a infecção se tornou um problema para toda a sociedade. Não tivemos o impacto de uma morte importante ou nenhum abalo emocional pesado na telinha. Houve até momentos de humor, afinal de contas, Ellie é uma criança e se não está falando besteira, ela está fazendo, o que pode ser até pior em determinados casos.
A mudança de clima às vezes se faz necessária. A vida é feita disso, em um momento estamos felizes, outros com raiva, há tristeza…e a série caminha por todos esses âmbitos de uma forma muito boa. Nem tudo precisa ser um show de polêmica e impacto o tempo todo, não é para menos que muitos seriados não conseguem se manter assim. Então vamos com calma e aproveitando a aventura, certo?
The Last of Us está chegando na sua metade com grande parte da trama já bem estabelecida e com um desenvolvimento contínuo. Me mantenho ansioso para o que virá a seguir e em como encerrarão a primeira temporada, considerando que uma nova já foi confirmada e continuará seguindo os passos desta dupla que conquistou o mundo dos games e agora cativa a galera da HBO Max.
Com um novo inimigo a ser confrontado e um final que deixará muitos com a pulga atrás da orelha, acredito que no próximo teremos novos momentos de ação e até o impacto que muitos esperaram para ver nessa semana e foi jogado para frente. Este foi um capítulo de aprofundamento e essa relação é extremamente importante para os eventos que virão a seguir. Então, aproveite enquanto há tempo, pois ainda tem muito chão até o episódio 9.
The Last of Us está sendo exibido todos os domingos pela HBO Max a partir das 23h. Veja mais em Críticas de Séries!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.