Star Trek: Strange New Worlds - T2xE3 | Crítica - Nerdizmo
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Star Trek: Strange New Worlds – T2xE3 | Crítica

Star Trek

A Paramount+ decidiu investir novamente em uma história em “outra realidade”, levando dois personagens de Star Trek: Strange New Worlds para um paradoxo temporal e deixá-los decidirem o destino de todo o universo em um dos episódios mais longos do seriado. Isso é ruim? Nem um pouco, já que eles mantém a qualidade narrativa e se aprofundam mais nos personagens envolvidos nessa grandiosa trama e no lore que os cercam.

Nele vemos La’An e o Capitão Kirk viajando ao passado, enquanto investigam uma alteração na linha do tempo que pode determinar uma verdadeira mudança na Frota Estelar e em seus objetivos. Colocando uma das personagens mais solitárias do seriado para agir em conjunto justamente com outro que segura uma das maiores hypes desde que a sua exibição começou não apenas traz um dos episódios mais bonitos – como também um dos melhores da série.

E nada disso seria possível sem uma atuação espetacular de Christine Chong e Paul Wesley, que se superaram e trouxeram um material digno de estar no hall daqueles capítulos obrigatórios para qualquer fã. Voltando a abordar um tema já discutido também foi um grande acerto, usando ele como um “pano de fundo” para uma história mais íntima e que impactará o seu público – já que não perdemos tempo com explicações e motivações, mas sim com a forma como estes reagem ao que está ocorrendo com eles.

Christine Chong e Paul Wesley brilham em Star Trek: Strange New Worlds

Voltando no tempo em Star Trek

Viagens no tempo, multiverso e diversas outras questões são abordadas em cada obra recentemente, não sendo diferente de Star Trek: Strange New Worlds – que faz isso há décadas, diga-se de passagem. Sem perder um minuto debatendo sobre isso, basta aos nossos heróis encontrarem o caminho correto para poderem retornar ao seu lar e continuarem a sua vida. Ou quase isso, para ser mais honesto.

Admito que iniciei o episódio achando tudo bem morno e fraco. Um ritmo mais veloz me incomodou, principalmente por esperar já determinados momentos onde há mais diálogos e um avanço mais lento em suas investigações. Se você também se encontrar neste ponto, pode acreditar, isso vai mudar antes que perceba e prender os espectadores justamente onde se encontra a alma da franquia: em seus personagens.

É a segunda vez que vemos Paul Wesley como James T. Kirk e o ator simplesmente brilha em seu papel. Levá-lo para o planeta Terra em pleno Século XXI é um grande acerto, já que mostra um lado mais simples e mundano do clássico capitão. Inclusive, acredito que ele se mostrou bem mais divertido do que a versão que vimos ainda na primeira temporada – o que deu um bom contraste para a sua dinâmica com Christine Chong como La’An.

Há momentos para descontração, mas não é um episódio sobre humor

Já ela, apesar de ter um certo destaque em alguns arcos de Star Trek, é aqui que todo o seu potencial é visto. La’An está perdida, sem sua tripulação e em um lugar onde suas habilidades e origem não significam absolutamente nada. Para alguém que costuma ser totalmente independente, como deveria se sentir após perder seu “lar” e as pessoas que fazem parte de seu cotidiano em meio a este cenário? É aí que a encontramos, tentando compreender tudo e restaurar a situação – já que é tudo que resta para ela.

Os desdobramentos disso são bem clichê, vamos ser sinceros. Não é a própria história que te atrairá neste capítulo. No entanto, a interação entre estes dois personagens não apenas traz uma das melhores combinações que já vi em tela nesta franquia – como me dá esperanças de ver uma verdadeira evolução em questão de narrativas pessoais dentro do seriado. Inclusive, sem entregar spoilers, o fim é tão frustrante – de uma forma boa – que até tive de respirar um pouco para engolir seu desfecho.

O fim te impactará

Kirk será recorrente a partir de agora?

Apesar de revelarem que Paul Wesley seria mais presente na segunda temporada de Star Trek: Strange New Worlds – este é apenas uma aparição pontual e parece que ele não continuará aparecendo, ao menos nestes capítulos iniciais. Porém, há a promessa de que não apenas Spock e Uhura sejam um ponto de conexão com ele – como agora, a própria La’An se torna uma também.

Considerando que ela ainda carrega consigo uma relação genética com Khan, um dos maiores vilões de toda a franquia, isso torna as coisas ainda mais interessantes. Porém, prefiro continuar assistindo para saber onde o caminho deles os levará e como isso afetará as suas versões futuras. Principalmente se nos lembrarmos que, na realidade alternativa abordada anteriormente, ela fazia parte da tripulação do lendário capitão.

Será que agora eles se unem na mesma realidade?

Se você aguardava por uma temporada com um avanço mais veloz em suas narrativas e que o gancho deixado no primeiro capítulo de Star Trek: Strange New Worlds já nos entregaria algo substancial, é bom respirar fundo, pois não parece que será um assunto que debaterão tão cedo assim. Os roteiristas continuam focando em determinados personagens da saga, mostrando suas reações conforme exploram os planetas e as possibilidades existentes através da galáxia. Talvez seja algo que repercutirá apenas nos episódios finais, diga-se de passagem.

No entanto, esta foi mais uma grandiosa obra que ajudará a pavimentar o caminho ao futuro e enriquece ainda mais a tripulação da USS Enterprise. Inclusive por revelar também novas informações sobre Pelia, a personagem interpretada por Carol Kane. Para onde eles vão, é incerto. No entanto, ao menos tivemos mais um excelente episódio para nos acompanhar até chegarem em seu destino – independentemente de qual lugar do espaço ele seja.

Star Trek: Strange New Worlds está sendo exibida todas as quintas-feiras na Paramount+. Veja mais em Críticas de Séries!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Francisco
Francisco
9 meses atrás

Achei o episódio sensacional, mas estranhei o fato da Pelia estar com a mesma aparência, pois na série Picard, quando ele retorna a Gaina está bem mais jovem. Acho que, no caso como elas vivem muitos milhares de anos, o fato de Pelia estar igual seria mais correto.