She-Hulk - Episódio 3 | Crítica: Nos Tribunais - Nerdizmo
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She-Hulk – Episódio 3 | Crítica: Nos Tribunais

She-Hulk

Vamos ser sinceros, antes de She-Hulk a Marvel Studios tentou se aventurar diversas vezes no humor. E é certo afirmar que foram tentativas frustrantes, já que em alguns filmes isso soa forçado e até fora do tom. Thor, Homem-Formiga e até mesmo a seriedade do Doutor Estranho foram afetados por essa decisão do roteiro a fim de deixar as coisas mais amigáveis ao público.

Partindo da ideia que eles estão produzindo uma série que seja assumidamente deste gênero e que não teme este papel, devemos dizer aqui o quanto isso está acertado na história de Jennifer Walters. Mostrando ambos os lados da heroína e sua vida nos tribunais, eu não consigo sentir que estão fazendo graça à toa. Ela é parte da essência e isso torna as coisas bem mais leves do que estamos acostumados neste universo.

Desta vez, a veremos encarar os tribunais. Tanto da sua profissão quanto da vida real, vendo todos julgarem e tomarem decisões que fogem de suas mãos. Como uma boa advogada, cabe a ela tomar caminhos que sejam menos atenuantes e possam seguir para onde deseja. E é exatamente o que vemos durante o terceiro episódio de uma das séries que estão abalando as estruturas do MCU.

Jen enfrenta os tribunais da série e da vida real

As aparições em She-Hulk

Nesta semana, She-Hulk reúne provas e testemunhas para provar a inocência do Abominável e isso envolve chamar Wong para depor. Filmagens mostram batalhas clandestinas entre o vilão e o atual Mago Supremo e isso levanta uma gigantesca bandeira vermelha sobre o caso. Afinal de contas, como ele pode sair impune da cadeia se ele costuma enfrentar outros seres poderosos em ringues pelo mundo?

Sim, caros leitores, estamos vendo o infame caminho de ter uma participação especial a cada episódio. Bruce Banner, Emil Blonsky, Wong e tem um Demolidor a caminho dessa história também. Porém, sendo bem sincero com vocês, eu não sinto nem por um momento que a história deixou de ser da heroína central que leva o nome da série. A sua presença é forte ali e determinante para o avanço, deixando os convidados exatamente no seu lugar: sendo apenas coadjuvantes dentro do roteiro.

Vamos relembrar alguns casos onde isso já deu errado na Marvel: Homem-Aranha De Volta ao Lar; Thor Ragnarok e até mesmo Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Todos eles apresentam personagens dentro da grande jornada do estúdio que roubam a cena e acabam até se sobressaindo ao herói principal. Temos de combinar, Capitão América: Guerra Civil é um Vingadores 2.5 mais do que uma aventura própria solo de Steve Rogers.

As participações especiais são meros coadjuvantes

Ainda assim, She-Hulk equilibra as coisas e tem demonstrado que essa chuva de aparições famosas só servem para criar o clima onde ela domina. Inclusive, a quebra da quarta parede ajuda muito neste sentido, com comentários acentuados e até reveladores que a inserem de forma destacada em certos momentos. Tudo para entregar uma boa história e, sem a menor cerimônia, afirmo que eles têm conseguido pelo terceiro episódio seguido.

Outra coisa bacana é ver que não apenas ela tenta interagir conosco, mas o contrário também chega até a personagem. Nikki mostra alguns comentários da internet para a heroína que são baseados diretamente no que vemos nas discussões de Twitter e Reddit em nosso mundo e o verdadeiro suco dos “nerdolas” pela rede. Estão afeminando todos os heróis? O Hulk de saia? Quem liga para ela? Os Vingadores rejeitam essa atitude? Enfim, mostrando que está conversando diretamente conosco, eles revelam que não estão nem aí para estes questionamentos. Afinal de contas, isso nem importa.

She-Hulk interage com todos e deixa invadirmos seu cenário

O mal humor será esmagado

O que realmente importa é que estes tribunais, tanto da vida real quanto da ficção só vão impulsionar sua carreira dentro da Marvel Studios. Além de ter super-força e não perder o seu penteado no processo, ela é extremamente inteligente e é capaz de levar os juízes justamente para onde quer. Ela não serve apenas para esmagar, mas também para refutar acusações e bater nos pontos mais decisivos de seus casos.

E, como falei anteriormente, com muito humor e um espírito que mal se contém em sua própria produção. Já estamos no capítulo 3 de She-Hulk e temos de afirmar que eles tem conquistado a atenção com um fio que parece conectar todo este caminho. Ainda que tenhamos uma situação por semana e histórias isoladas dentro da própria trama, há algo maior sendo contado por trás e isso avança um pouco mais nessa semana também.

Há espaço para interação entre o MCU e a vida cotidiana

Além disso, temos de falar sobre algo aqui: é muito divertido ver como o MCU se conecta ao “mundo real”, sendo uma das demonstrações mais engraçadas a situação de Dennis Bukowski. Nesta realidade vivemos com seres poderosos, místicos, asgardianos e tudo o que podemos imaginar no cotidiano e muita gente não está preparada para isso. É justamente o que eu pedi por uma adaptação da saga “Marvels” rolando dentro da série. Ali estão acertando demais e espero que continuem.

Enquanto você estiver observando tudo isso com um olhar sério e procurando interligar todo este enredo com as demais tramas do Universo Cinematográfico Marvel, sinto dizer que mais vai se frustrar. O seriado serve para dar um necessário respiro de toda a bagunça e até rir dela. É um momento extremamente preciso depois das inúmeras críticas que ele tem recebido, diga-se de passagem. E ninguém melhor que Jennifer Walters para andar ali sem sair do seu salto.

A série She-Hulk é exibida todas as quintas-feiras através da Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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