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Seminário de Animação e Games: Um papo sobre produção e mercado brasileiro

Estivemos por lá para conferir de perto, e certamente podemos dizer que foi uma experiência muito boa!

Seminário de Animação e Games: Um papo sobre produção e mercado brasileiro

O mercado de games e animação, especialmente no Brasil, está em ascensão. E para falar sobre isso, a Panamericana Escola de Arte e Design sediou o Seminário de Animação e Games, que ocorreu na unidade Jardins da escola, em São Paulo.

Estivemos por lá para conferir de perto o que rolou, e certamente podemos dizer que foi uma experiência agradável e engrandecedora.

O que rolou no Seminário de Animação e Games

O papo começou com uma breve apresentação da escola e de seus cursos e logo passou para um debate sobre games e este promissor mercado. Mediado por Guilherme Camargo, da desenvolvedora Sioux, o painel teve a participação de Ariel Velloso, da SP Cine, Raquel “Amora” Oliveira e Pedro “Santo” Medeiros, do estúdio independente MiniBoss.

Em uma conversa descontraída, os participantes comentaram sobre o mercado de games e suas trajetórias, sendo que Ariel tem sua carreira direcionada para a assessoria de jogos e já trabalhou com eventos (como o BIG Festival), enquanto Amora e Santo criaram um estúdio em casa para desenvolver seus próprios games.

Quando questionados sobre o processo de criação, o casal da MiniBoss comentou que o desenvolvimento de um game não é tão simples. São feitos muitos rascunhos, ideias, conceitos e cerca de 90% dos protótipos são simplesmente jogados no lixo. Aqueles com as melhores ideias e chance de funcionar, finalmente se tornam um jogo – como o Out There Somewhere ou Deep Dungeons of Doom. Sem falar nas artes sensacionais do excelente Towerfall, que ficaram a cargo deles também.

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Santo comentou que o estúdio sempre procura inserir algo da cultura brasileira no game. “Não necessariamente o Curupira, mas alguma referência a cidade de São Paulo, por exemplo, que é onde a gente mora”, disse.

Além disso, a dupla diz que ser um Game Designer não é suficiente para desenvolver um jogo com sucesso. Amora comenta que neste ramo, é preciso ser um pouco de tudo: artista, programador, designer.

Logo a conversa se voltou para a evolução do mercado e gamificação, sendo que todos presentes concordam que isso é algo extremamente positivo para o mercado. Gamificar cursos, escolas e até processos de Recursos Humanos traria um grande avanço para a sociedade.

Ariel também comentou sobre a economia criativa, e como isso pode ganhar mercado no futuro próximo. De acordo com ele, a transmídia – que é ramificar vários produtos inspirados em uma marca – é uma tendência e fator importante na hora de fomentar a economia. Principalmente porque muitas marcas, games, filmes e produtos tem uma legião de consumidores que procuram esses produtos. Ou seja, se Hora de Aventura faz sucesso, transformar ele em transmídia consiste em criar jogos, brinquedos, músicas e diversos outros tipos de “expansores” para a marca, ampliando a penetração no mercado.

O papo rápido terminou e deu espaço para um café, para depois continuar com comentários sobre os filmes de animação Garoto Cósmico e O Menino e o Mundo.

Alê de Abreu, diretor dos filmes, comentou sobre sua trajetória e o que envolve fazer parte de um projeto de longa até ele finalmente se tornar um produto. De acordo com ele, o artista não escolhe a arte que faz, mas a arte escolhe ele. “Você produz o que te move e suas paixões”, disse o cineasta.

Lia Nunes, produtora executiva, demonstrou em forma de gráficos como também há a “parte chata” na produção, como o registro de uma ideia na Biblioteca Nacional, o desenvolvimento do argumento, pesquisa, roteiro, orçamento e finalmente o uso de Leis de Incentivo para viabilizar uma produção.

Deu para notar que nada disso é fácil, principalmente porque poucos filmes e animações brasileiras se pagam. Mas certamente é algo recompensador.

A parte da tarde do evento foi reservado para workshops, sendo que a Wacom, uma das patrocinadoras do evento, ofereceu algumas de suas tecnologias de monitores e mesas digitalizadoras para que os participantes pudessem manipular os equipamentos e, por exemplo, criar personagens.

Entre as tecnologias estava o display interativo Cintiq, apresentado com nomes de peso como Eduardo Nakamura, Richard Maegaki, e Alê Santos, para demonstrar como aplicar na prática os conceitos de ilustração digital, modelagem 3D, efeitos especiais e animação, o Country Manager da Companhia no Brasil, Thiago Machado, também falou sobre tendências e mercado.

Graças a eventos como estes, temos a oportunidade de expandir conhecimentos sobre o mercado e descobrir um pouco mais sobre a produção nacional, desde games até animações. Desta forma, agradecemos a Panamericana Escola de Arte e Design e a Wacom pela oportunidade e por acreditarem no mercado brasileiro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Games
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