Halo - Episódio 9 | Crítica: O Veredito - Nerdizmo
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Halo – Episódio 9 | Crítica: O Veredito

O final de Halo está entre nós e, na verdade, nos prepara para o que virá

Halo

Durante a exibição de Halo, contamos com diversos altos e baixos. Se por um lado, acompanhamos uma aventura inédita e pessoal para Master Chief, do outro a trama de Madrigal desencorajava a continuação. Mesmo que a segunda já tenha passado por um desfecho, insatisfatório, a primeira seguia muito bem das pernas. Tanto que, particularmente falando, me deixou empolgadíssimo para ver o seu final na Paramount+. O único problema é o nono episódio, que se torna bem anticlimático para o que tivemos até aqui.

Recapitulando os últimos eventos, tivemos uma grande batalha dentro da própria UNSC. Enquanto os Spartans se enfrentavam em um duelo mortal, Halsey tentava fugir, Cortana se rebelava, Makee utilizava o artefato para sobreviver e o caos tomou conta de todo o local. Eu não reclamaria se focassem neste macro-conflito, qual esteve sendo preparado desde o episódio 1. A base militar não age de forma correta desde o princípio, o que merecia um certo destaque para nos dar um ponto de conclusão.

E o que tivemos, em resumo, foi uma batalha que consegue trazer um senso de urgência, mas que peca em diversos outros detalhes que construíram tudo até aqui. A equipe Silver decide se unir novamente em uma última missão, a fim de recuperar os famigerados artefatos das mãos dos Covenant. Em um conflito épico contra a raça alienígena, porém, foi mostrado o maior erro de todo o seriado: a tentativa de se aproximar do material original, os games do Xbox e ignorar o que ele mesmo estabeleceu durante sua exibição.

O fim não agrada tanto quanto você imagina

Tropeço de Halo

Caros leitores, podem ficar tranquilos que não daremos spoilers do que rolará de fato no grande fim. Citarei alguns eventos particulares, como fiz acima, mas de forma que não estrague sua experiência assistindo. Dito isso, meu maior problema foi ter visto Halo ascendendo a uma posição privilegiada e, justo no episódio que tem o nome de “Transcendência” ver isso sendo jogado pelo ralo. Em geral, não foi ruim e nem incompreensível, apenas que a maré mudou para uma direção que não traz o impacto que o restante da produção teve.

Vamos de exemplos. Nos últimos capítulos vimos que os Covenant estavam devastando planetas, causando a maior confusão na galáxia e dando uma dor de cabeça daquelas para a UNSC. Assim como Master Chief previu, eu não acredito que o exército chegaria até onde eles foram…mas seria extremamente necessário para vermos uma guerra nas proporções que tomaram. A organização precisava revidar de algum modo e enviar apenas quatro Spartans, por mais competentes que eles sejam, é uma missão suicida.

Não sou nenhum especialista em operações militares, tirando minha breve leitura de A Arte da Guerra, porém não faz sentido algum a UNSC bater o martelo que um número tão reduzido de soldados daria conta da maior ação Covenant que já foi vista na série. Eles devastaram planetas e estariam desprotegidos no maior ritual de toda a espécie? O episódio dá uma breve razão para eles seguirem isolados, mas se você acabou se convencendo disto, eu infelizmente não.

Os Spartans são espetaculares, mas cadê as tropas?

Outro ponto que me incomodou bastante foi a quantidade de brincadeiras feitas com a morte de personagens. Quando aconteceu pela primeira vez no último capítulo de Halo, me impactou. Nas outras cinco/seis, pareceu um recurso muito chato e repetitivo. Até mesmo um momento que devia ser o ápice do episódio foi sem o menor sal possível graças à direção e roteiro que tiraram a importância daquilo. Em um movimento decisivo e que devia levar o maior clima, minha reação era de “certo, faz isso e acaba logo com essa palhaçada toda, por favor”.

Tanto que isso deve realmente mudar a nossa noção do que levamos até aqui, mas não te causará nenhum efeito como deveria. Gostaria de falar mais sobre, porém realmente não vamos expandir essa conversa neste texto para que possa experimentar tudo de forma autêntica. Em termos mais diretos, é como se você abrisse um pacote da bolacha Chocolícia, conhecida por ser uma das melhores aqui no Brasil e encontrasse uma Trakinas dentro. Não é ruim, mas foge da sua expectativa sabe?

Será que todos sobrevivem até o último minuto?

No fim do jogo, peão e rei voltam para a mesma caixa

Enquanto o roteiro e direção no geral decepcionam, o mesmo não posso dizer para as cenas de ação. Esta, meus amigos, é entregue como o merecido por qualquer um que esperou até aqui. Ver os quatro Spartans confrontando esquadrões inteiros de Covenant é espetacular e não se tornou nem um pouco incômodo. Brincando entre as câmeras que temos nos jogos e a cenografia comum, isso teve seu momento de ouro no episódio 9. Há momentos onde vemos a guerra sob a perspectiva deles, outras que acompanhamos o plano geral, olha, estão de parabéns neste quesito.

Isso me lembrou de como era estar por trás do controle, enfrentando uma fase cheia dos alienígenas e imaginando que eu nunca passaria dali. Óbvio que passei, mas sabe aquela sensação que não há solução até você encontrar uma saída no meio da confusão? Foi este mesmo sentimento que Halo trouxe neste episódio. Todos são colocados contra a parede, independente do núcleo, mas a fuga disto já estava armada desde o princípio.

Infelizmente, a sensação que tive é que tentaram ao máximo entregar um final inconclusivo. Justamente por já terem confirmado a produção da segunda temporada. Tirando Madrigal, não pude reclamar do enredo no geral e nem mesmo da atuação da equipe, que continua magnífica. O problema foi nos tirar um ponto essencial que é um desfecho para nos manter grudados esperando pela sequência. Nem mesmo os games fizeram isso, ao menos fechando o arco para deixar a experiência satisfatória. Na série não fizeram questão disso, deixando o máximo de plots abertos para segurar o público. E, sendo bem sincero, nem era necessário.

Ao menos a ação não desaponta

Gostaria de ter vibrado com o fim, visto uma ou até duas pontas soltas e um ciclo se fechando para Master Chief. O que ganhei foi um grande rombo neste episódio, deixando assuntos a resolver para o futuro. Nem mesmo vimos, de fato, a tal construção anelar que dá nome ao seriado. O Halo mesmo sequer é explicado, para dizer o mínimo. Sabemos que é essencial para completar os objetivos dos Covenant e da UNSC e tem um grande poder para ser usado para seus próprios planos. Tirando uma imagem ilusória que aparece nos sonhos do herói e Makee, esquece de ter algo que o envolva mais do que isso.

E olha que eu não estava com a expectativa alta. O restante da série foi excelente para mim, esperava apenas por ver um grande conflito e a conclusão de certos plots. Por um lado, empolga. Do outro, desapontou ao deixar uma ponte para o próximo arco resolver. Não houve sequer uma menção também ao Flood, a real ameaça que assola a primeira trilogia da franquia. Considerando a sua importância na história, acreditei que os veria em algum momento. Quem sabe temos algo a respeito disso no futuro?

Não me entendam errados, caros leitores. Eu gostei muito do seriado e com certeza estarei com vocês acompanhando a temporada 2 quando chegar. Meu maior problema foi sentir que não houve um consenso na direção geral da produção: entre seguir os games e seguir sua própria história, eles ficaram no meio-termo de ambos e nos levam a um grande furo que só deve ser preenchido depois. De qualquer forma, assista e tire suas conclusões. A minha é que, com aquilo que eles carregavam em mãos, podia realmente ter transcendido e ser melhor.

Todos os episódios de Halo estão disponíveis no serviço da Paramount+. Veja mais em Críticas de Séries!

*Este texto é uma colaboração entre o NERDIZMO e o GAMERVIEW

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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