Nerdizmo

DUFF | Crítica: inova na busca pela identidade adolescente

DUFF é uma feliz atualização das comédias adolescentes.

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Filmes colegiais são um lugar-comum há décadas. Já vimos histórias de jovens dos mais diversos pontos de vista, seja da patricinha, do esportista, do excluído… mas os tempos foram mudando. Os famosos rótulos que empregamos mudaram com o tempo, deixaram de ser tão exclusivos, e é com esse pensamento que DUFF se constrói.

O filme nos apresenta Bianca (Mae Whitman), uma garota que se achava normal, tendo amigas normais e não se encaixando nos antigos rótulos, até que descobre ser uma DUFF (Designated Ugly Fat Friend), a pessoa que normalmente é usada para alavancar a beleza dos amigos, ao mesmo tempo em que é usada como ferramenta pelas outras pessoas que buscam saber mais dos status de futuros pretendentes. A partir daí a história se desenrola sem surpresas, com Bianca recorrendo a um amigo de infância (o popular Wesley) para deixar de ser vista como uma DUFF e conseguir conquistar o boy que tanto deseja, enquanto se descobre no caminho e acaba se apaixonando pelo amigo.

As famosas redes sociais

De início, a trama não apresenta nada de diferente em relação aos filme antigos, mas é nos detalhes que as coisas começam a ficar mais divertidas. O auge das redes sociais e a necessidade incessante de likes, retweets, pins e corações que a nova geração usa como moeda social é muito bem utilizado no filme, seja como simples humor ou como crítica social. Há uma personagem que se considera a mais poderosa do colégio não apenas por ser a mais bonita, mas por ser uma webcelebridade, alguém com um canal em crescimento no youtube, que transforma sua vida em um grande show, temos momentos dedicados ao cyberbullying, a viralização de vídeos (em uma pegada meio Nissim Ourfali, aquele viral que torna a vida de alguém ruim), e a própria Bianca, em uma briga com suas amigas, deixa de seguí-las nas redes sociais. É um retrato perfeito de uma geração que considera o ato de não seguir alguém no twitter como uma ofensa a amizade.

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Somos todos #DUFF

Boa parte do filme se dedica à velha história de mostrar que somos melhores quando somos nós mesmos. Wesley se apaixona por Bianca ao conviver mais com ela, a personagem não se sente muito a vontade ao usar roupas que não combinam com seu estilo, e assim vai, sem surpresas. A ausência de rótulos muito antigos e a miscigenação dos mesmos (garota popular que também é nerd, jogador de futebol que é gamer, líder de torcida que é costureira…) ajuda a dar um ar mais moderno para a trama, mesmo que continue sendo lugar-comum.

A situação muda perto de seu fim, com o discurso motivacional de “seja você mesmo” aliado a uma constatação: somos todos DUFF. Sempre haverá alguém melhor, se comparar tanto aos outros e tentar chegar à perfeição vendida como normal nunca dará o mesmo resultado que ser você mesmo, usar seu estilo e sua originalidade a seu favor.

DUFF não foge muito do comum filme adolescente de auto-afirmação, mas possui seus brilhos de originalidade em bons momentos, que ajudam o filme a se destacar. Pequeno e sem pretensão, será difícil não rir com a dupla Mae Whitman e Robbie Amell, que ficam totalmente à vontade nos papéis, e quem sabe seu tom leve ajude alguns adolescentes passando pelas conturbadas fases do colegial…

3estrelas

duff-críticaD.U.F.F.

Diretor: Ari Sandel

Roteiro: Josh A. Cagan

Duração: 101 minutos

Elenco: Mae Whitman, Robbie Amell, Bella Thorne, Ken Jeong, Allison Janney

Lançamento: 30 de Julho de 2015

Autor: Guilherme Souza

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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