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Como funcionam as viagens no tempo em filmes

Uma análise de como os filmes, livros e seriados mais populares manipulam o fenômeno em suas narrativas

Como funcionam as viagens no tempo em filmes

Em vídeo do canal educativo MinutePhysics, Henry Reich explica como funcionam as viagens no tempo em filmes, livros e seriados populares. Ele analisa como o fenômeno é manipulado em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, De Volta Para o Futuro, Looper, Primer, entre outros.

A primeira vez que a temática surgiu na ficção foi com o homônimo The Time Machine de H.G.Wells, em 1895, e desde então se tornou um meio promissor de contar histórias. Embora as narrativas de ficção funcionem apenas dentro delas próprias, muitas não têm consistência ao apresentar os saltos temporais e como eles influem nos personagens.

Henry explica que um enredo consistente considera “as diferentes maneiras pelas quais a viagem no tempo pode influenciar na causalidade e, portanto, o enredo, dentro do universo de cada história”.

Quando pensamos sobre a temática, sempre imaginamos em como viajar para o passado pode mudar o futuro e, consequentemente, o presente da história. Para isso, é necessário considerar duas questões, de acordo com Henry.

A primeira questão: “se o viajante do tempo está lá quando a história acontece pela primeira vez. Para começar, sua versão da viagem no tempo sempre esteve lá? Ou o próprio ato de viajar para o passado mudou o que aconteceu e forçou o universo a uma trajetória diferente da história que você vivenciou antes de viajar?”.

A segunda é: “quem tem o livre arbítrio quando alguém viaja no tempo?”, ou seja “de quem as ações podem mover a história para uma trajetória diferente e de quem não pode?”.

Como exemplo de viagens realistas, ele aponta o filme Ender’s Game de Orson Scott Card, no qual os viajantes espaciais à velocidade da luz vivenciam apenas dias ou meses, enquanto anos se passam na Terra. O mesmo acontece em Planeta dos Macacos, quando os astronautas retornam do espaço pensando que aterrissaram no planeta errado ao chegarem a um futuro distante.

Looper de Rian Johnson trata o fenômeno de forma mais complexa, dando espaço para o livre arbítrio e levando em conta os efeitos que um personagem em um período de tempo tem sobre o mesmo personagem em outro tempo.

Em Harry Potter, J.K. Rowling trabalha de acordo com a regra “enquanto você está vivendo sua passagem inicial de viagem no tempo anterior a um ponto específico da história, seu clone de viagem no tempo também já está lá, fazendo tudo o que você mesmo fará quando viajar no tempo”. Essa linha consiste na ideia de que não é possível mudar o passado, porque ele já aconteceu, e acaba simplificando os problemas que são abordados em outras histórias com a temática.

As ficções devem obedecer suas próprias regras, e para nos importarmos com personagens de uma história, precisamos acreditar que suas ações têm consequências, como ressalta Henry.

Entenda como o conceito é manipulado dentro de cada narrativa analisada no player abaixo. Com legendas em português disponíveis.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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