Ahsoka - Episódio 7 | Crítica: República e Império - Nerdizmo
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Ahsoka – Episódio 7 | Crítica: República e Império

Ahsoka

Devo afirmar para vocês que, destes últimos episódios que vimos de Ahsoka, este foi um dos que mais gostei por diversas razões. O tribunal de Hera Syndulla, no início do capítulo e com uma aparição muito especial quebrará qualquer fã de Star Wars logo de cara. A jornada da protagonista, tentando resgatar Sabine Wren e Ezra Bridger de um planeta um tanto “inóspito”. Os combates e interações, tudo dá um ar de Star Wars – quais não eram sentidos nem na mais recente trilogia cinematográfica.

Ainda que a participação de Hayden Christensen como Anakin Skywalker realmente tenha sido muito impactante – sem contar este detalhe – o episódio 7 consegue entregar uma experiência consistente entre o clima que querem instaurar de “Star Wars Rebels 2” e com o foco voltado para a nossa heroína. Mostrar que ela não é “qualquer ex-Jedi” ou uma aventureira simples é essencial para a compreensão de sua presença neste universo e como ela pode abalar as coisas – assim como fez entre os Ep.2 e Ep.3 no passado.

Com poucos momentos “baixos”, eu acredito que prepararam bem o terreno para o fim da história e também para tornar Thrawn na próxima grande ameaça que a República enfrentará. Volto a dizer aqui, eu acredito e confio fielmente que o personagem será o grande vilão do tal filme de Dave Filoni, unindo o que vimos em O Mandaloriano, O Livro de Boba Fett e Ahsoka em uma mesma produção. Tudo indica este caminho e, se as coisas derem certo, será algo sem precedentes.

Se prepare para surpresas no tribunal

Uma partida contra Ahsoka

Sendo bem honesto com vocês, um dos pontos que mais me chamou atenção neste episódio foi o grande “xadrez” que tivemos entre a protagonista e Thrawn. Parecia uma disputa daquelas, com cada um formando planos e os executando em tela – apenas para o outro tentar reverter a situação para o seu favor e criar oportunidades onde não existiam. Os mais ousados ainda vão torcer um pouco para o vilão, tamanho é o impacto que ele causa em tela e sua inteligência tática.

Por oras um xadrez, outro uma caçada no maior estilo gato e rato, a personagem finalmente se reúne com seus jovens amigos para defenderem a galáxia. No entanto, a qual custo? Tudo está a favor do vilão da história, até mesmo quando os heróis conseguem dar um jeito nas coisas e completar a sua principal missão. Raramente eu espero uma vitória do lado mal, tanto que Vingadores: Guerra Infinita me surpreendeu bastante por sua coragem nisso e, neste caso, acredito que acontecerá o mesmo.

Provavelmente os vilões levarão a melhor neste desfecho

Óbvio que não veremos algo da magnitude do estalar de dedos de Thanos nem nada do gênero em Ahsoka. Nem creio que terá umas mortes nisso. Porém, Thrawn prevalecerá e deixará todos sem saber o que fazer e como reagir. O cenário está pronto para o retorno do Império, o mesmo que ninguém entendeu como se reergueu depois da vitória de Luke Skywalker sobre Palpatine. Uma República que não age e heróis sem um encaminhamento montaram isso especificadamente para este cenário.

Voltando nossos olhos para a produção deste episódio, não tenho nada a reclamar – tanto do roteiro, cenas de ação e até mesmo do CGI. Enquanto tenta chegar ao seu destino, a heroína trava um grande confronto em meio do espaço e a cena só não se tornou mais bela por toda a agilidade de ações que eles tem de executar. No entanto, a computação gráfica está realmente no nível da Lucasfilm e me fez crer que as cenas estavam com 0 defeitos.

Já em questão ao grande tribunal de Hera, ele pavimenta o quanto a República está atrasada em relação às ameaças que permanecem entre eles. O fato de nem crerem que o Império está retornando e que há diversos apoiadores por toda a galáxia é o principal indicativo disso. Claro que há apoio de certos heróis, mas sabemos que nem isso é o suficiente para o caos que ocorrerá. Se nem Yoda e o Conselho Jedi, ao lado da senadora Padmé Amidala conseguiram parar a Ordem 66 e Palpatine…imagine agora…

Mesmo se reunindo, precisarão de mais gente

Pintando uma obra

E, quanto mais Ahsoka se aproxima de seu final, mais consigo enxergar uma tentativa de Dave Filoni de emplacar seu próprio “Vingadores”. O Mandaloriano, ao lado de Grogu (Baby Yoda), estão de prontidão para defender o que acreditam enquanto Mandalore está se reerguendo. Em O Livro de Boba Fett, vemos o mercenário reunindo um grande time para proteger Tatooine também. Luke Skywalker está tentando montar sua própria escola de Jedis…mas volta e meia está viajando por planetas diferentes. A própria protagonista da série está encarando diretamente a ameaça de Thrawn, assim como vimos ao longo das obras os membros de Rebels entrando para o live-action aqui e ali – agora se reunindo um a um.

Tudo o que citei acima, teve e ainda tem os dedos de Dave Filoni em sua produção. Ele desenhou todo o cenário e manteve as coisas na direção que desejou, justamente para fazer com que seu filme una estes personagens antes dos eventos de “O Despertar da Força”. Se minha previsão estiver correta, tenha a certeza que o próximo episódio – o último da série – será para montar a peça final que levará todos os heróis a enfrentarem Thrawn no fim das contas. Se este é o projeto que está sendo planejado desde o princípio, como é o que parece ser, isso me deixa ainda mais empolgado.

Em retrospecto, o “Mandaloriano” vê ameaças imperais desde a primeira temporada. Nós vimos, inclusive, Moff Gideon desejar ter o Baby Yoda em suas mãos e a tentativa dele de retomar Mandalore para servir como “base do Novo Império”. Em O Livro de Boba Fett isso não ficou assim tão visível, já que grande parte dos episódios nem sequer mostravam o seu personagem principal. No entanto, a sua ligação com Din Djarinn e com Tatooine são honestas e ele com seu bando não deixariam o amigo na mão. Ahsoka está ao lado de Luke Skywalker e dos Rebeldes, prontos para a ação. Falta o quê?

O destino de Shin segue incerto

Neste cenário desenhado pela Lucasfilm e por Dave, exigia muita coragem e ousadia – até pelas razões de que a Disney poderia cancelar tudo do dia para a noite. Eles passaram por uma pandemia, mantiveram os fãs conectados e acompanhando tudo – ou quase tudo – para traçar este caminho. E fico feliz de estar vendo obras que realmente seguem para algum lugar, assim como vimos no passado. Era tão chato pensar que “Clone Wars” era só enrolação, até o dia em que trouxe conexões mais fortes e um aprofundamento maior neste universo, Ou tratar “Rebels” como “outro desenho” e notar todo o impacto que ele ainda causa na franquia. É esta mudança de clima que estou sentindo daqui.

Isso interfere em algo do que estamos assistindo? Sim e não, obviamente. O objetivo da protagonista era apenas de treinar Sabine e encontrar Ezra Bridger, algo que eles já obtiveram ao fim deste episódio. Impedir Thrawn é um plano extra, qual se não der certo, talvez nem impacte na história central. A interferência surge a partir do ponto de que o episódio final da série, infelizmente, não será o fim desta trama também. E sabemos como isso pode incomodar os espectadores comuns. Porém, até a próxima semana, esperaremos pelos resultados destes conflitos para ver onde eles vão os levar.

Ahsoka está sendo exibida pela Disney+ no formato semanal, todas as terças-feiras a partir das 22h. Veja mais em Críticas de Série!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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