Ahsoka - Episódio 5 | Crítica: O fanservice - Nerdizmo
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Ahsoka – Episódio 5 | Crítica: O fanservice

Ahsoka

Com um fim digno de franquia cinematográfica no último episódio, Ahsoka tinha em suas mãos a situação perfeita para encerrar um arco que ficou aberto por tempo demais: seu relacionamento conturbado com o próprio mestre, Anakin Skywalker…também conhecido como “Darth Vader”. Eles tiveram um grande duelo no passado, no qual sua identidade foi revelada para a jovem e gerou uma grande cicatriz em sua vida.

A partir disso, revisitamos diversos momentos da relação entre eles e é mostrado como isso foi mudando ao longo dos anos. Os flashbacks trazem diversos momentos pela primeira vez ao live-action, como as próprias Guerras Clônicas e também o duelo entre um Anakin já tomado pelo Lado Negro da Força e uma jovem que só tentava compreender o que estava ocorrendo.

Além de uma atuação impecável do elenco, também tivemos em nossa frente um bom arco que interliga os conflitos que vimos e o resgate de Sabine Wren (e, possivelmente, Ezra Bridger). Geralmente as produções não acertam a mão no fanservice, colocando-os em momentos que não deviam ser sobre eles – porém, aqui ele é inserido de forma natural e revela ainda mais informações sobre a heroína e sobre um “antigo mestre” que nunca conseguiu concluir o treinamento de sua aprendiz.

O treino se encerrará

A guerra de Ahsoka

Um dos principais motores deste episódio e que levará os fãs ao delírio de seu início ao fim é o diálogo entre Ahsoka e Anakin Skywalker. Esta é a primeira vez que ambos conversam desde que ela descobriu que o Jedi tinha se tornado Darth Vader, o que traz no olhar da personagem muitas dúvidas e também um certo alívio de vê-lo “normalmente”.

Entre o papo e o conflito entre os sabres de luz, vemos diversos flashbacks de sua história em conjunto. A primeira missão dos dois, em meio às Guerras Clônicas. O cerco de Mandalore, onde seu ensinamento levou a jovem a liderar esquadrões inteiros. A sombra do Lado Negro da Força surgindo ao redor do próprio mestre…qual ela percebia, mas era tão conectada a ele que não conseguiu fazer algo para impedir. E um treinamento que nunca foi encerrado.

A cereja do bolo foi uma frase, curta, mas que impacta diretamente na trajetória da protagonista. Anakin afirma que ela chegou ao “Mundo entre Mundos” para terminarem o aprendizado dela, para ouvir a resposta de que era um pouco tarde para aquilo. Afinal de contas, ela já tinha deixado a Ordem Jedi, estava ela mesma treinando outra pessoa, já era uma adulta formada e passou por muita coisa até ali. Ignorando tudo isso, Anakin solta o famoso “nunca é tarde para aprender algo” e dá um grande tapa na cara – de si mesmo e da personagem, que engole mais esse ensinamento de seu mestre.

Veremos diversos flashbacks

Devo afirmar que a presença de Hayden Christensen abrilhantou ainda mais a obra, principalmente por ser distinta do que vimos em Obi-Wan Kenobi. Eles se enfrentam, mas há ali muito mais do que apenas uma batalha. Outro grande destaque é a participação de Ariana Greenblatt como uma jovem Ahsoka, entregando uma química com Hayden bem semelhante ao que vimos no desenho animado e despertará muitas saudades em quem nunca os viu juntos no live-action.

Outro que brilhou muito foi Evan Whitten, no papel de Jacen Syndulla. Mostrando toda a sabedoria de quem é “tocado pela Força”, ele foi o responsável por uma das cenas mais bonitas de todo o episódio. E olha que é difícil de se dizer isso quando se tivemos um combate de sabres de luz entre Anakin e a protagonista. Ele chama a mãe para próximo dele, perguntando se ela conseguia ouvir – assim como ele – o som dos sabres colidindo em meio às ondas gigantes. O sorriso de Hera ao perceber o que estava ocorrendo e a inocência do jovem entregam tudo, revelando que podem fazer de tudo nesta franquia em sua narrativa, mas que há um elemento dali que nunca morrerá.

Jacen salvou o dia com uma das cenas mais tocantes

Faltou grana da Disney

No entanto, ainda assim é perceptível a falta de investimentos para tornar a experiência completa dentro do episódio. Tivemos cenas espetaculares, como a presença do Mundo entre Mundos e também das Purrgil em meio ao céu e espaço. Porém, no meio de todo o fanservice das Guerras Clônicas, se podia enxergar apenas sombras ao redor do cenário – que estava cheio de fumaça. Podemos discutir que em meio à uma guerra é assim mesmo…mas sabemos a razão de não mostrarem todo o escopo.

“Nossa Diego, mas o foco era em Ahsoka e Anakin” e eu concordaria com vocês. No entanto, é perceptível a manobra de recursos que utilizaram para cobrir que não havia orçamento para trazer um verdadeiro exército de clones, os tanques e máquinas utilizadas pela República e todo o confronto de fundo. Não era o destaque, mas esconderem isso por uma fumaceira me diz mais sobre o investimento do que as palavras que são ditas pelos personagens.

Dava para ter mostrado mais

Sim, é um seriado televisivo…mas acreditava que eles realmente tratariam suas produções como um “evento cinematográfico” – como foi prometido, no passado. Estraga a experiência? Óbvio que não, mas ficou feio e temos de conversar sobre. Tirando este detalhe de debate, o capítulo beirou à perfeição. Tanto narrativa, quanto de atuação e cumpriu toda a sua função de fazer uma ponte entre estes episódios iniciais e o seu fim – qual terá apenas mais três capítulos.

Dito isso, a série está me surpreendendo positivamente. Ainda que eu tenha problemas com o protagonismo da personagem central (que é ofuscada por Sabine Wren e, agora, por Anakin), sua jornada está sendo levada com certo respeito ao lore e aos seus próprios passos. Com lutas muito boas, alguns momentos impactantes e até um respiro digno, acredito que seja uma das séries mais sólidas baseadas em Star Wars. Ao menos nesta primeira metade.

Ahsoka está sendo exibida pela Disney+ no formato semanal, todas as terças-feiras a partir das 22h. Veja mais em Críticas de Série!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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