A Casa do Dragão - Episódio 8 | Crítica: Cabeças rolam - Nerdizmo
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A Casa do Dragão – Episódio 8 | Crítica: Cabeças rolam

A Casa do Dragão

A trama em A Casa do Dragão tem tantas camadas que, quando eventos pequenos rolam em frente à tela, os seus personagens brilham sem igual. Depois de várias semanas com “vários nadas” rolando e eventos que serviram apenas para fomentar o ódio entre Rhaenyra e Alicent, chegamos ao ápice entre as famílias formadas pelas duas dentro do seriado.

Com a morte de Viserys se aproximando cada vez mais e a sucessão ficando mais clara, ambas resolvem se acertar para não criar um grandioso conflito que terminaria, obviamente, em sangue. Porém, enquanto elas parecem não guardar mais mágoas do passado e decidem não alimentar mais aquele ódio todo, seus filhos herdaram a vontade de entrarem em brigas que pertenciam às duas.

Entre tensão e momentos mais bonitos, este é sem sombra de dúvidas um dos melhores episódios da atual temporada. Eu não sei o que rolou na direção ou na sala de cortes, mas conseguiram unir o que há de melhor do que existia em Game of Thrones e dos livros e fizeram uma produção ainda mais elevada. Além de estar visualmente espetacular, a atuação é de primeira e tudo chega ao seu ápice para entregar ao público algo digno até de um Emmy.

As duas têm muito a resolver

Atuações de milhões em A Casa do Dragão

Enquanto vemos em A Casa do Dragão uma interação mais branda entre Rhaenyra e Alicent, Emma D’Arcy e Olivia Cooke é que merecem sua total atenção. Após a facada do último episódio, vê-las tentando se ligar novamente na amizade que mantinham pelo bem dos filhos e do reino é algo certamente bonito de se ver. Sabem aquele momento que chegamos na fase adulta e olhamos para trás? É o que fazem e isso gera belos diálogos.

Assim como temos as crianças, que agora não são mais tão jovens, mas que mantém parte do poder em suas mãos. Com terras e reinos já prometidos para todos, suas desavenças tomam proporções que podem fugir do controle a qualquer momento. Ewan Mitchell e Harry Collett merecem um destaque pelos papeis de Aemond e Jace, que representam bem ambos os lados de uma família já fragmentada.

Aemond puxou completamente o lado caótico

E nem preciso falar sobre Matt Smith como Daemon. Suas ações e reações como o personagem são impressionantes de se ver e dá para dizer que ele encaixou-se com o Targaryen de forma perfeita: caótico e cheio de atitude. Porém, apesar de todos serem brilhantes, o destaque mesmo ficou para Paddy Considine como Viserys. O rei, que está quase batendo as botas a cada capítulo que se passa, é a estrela principal e interpreta com maestria seu papel.

É inegável que sentimos ódio por suas decisões em A Casa do Dragão e pela proteção exagerada que ele dá à Rhaenyra em toda a sua juventude. Porém, ele nem é mais uma sombra daquilo que representou, vivendo completamente dopado e sem metade de seu corpo. Com a doença se alastrando ainda mais, ele perdeu demais e tem como único desejo ver a família reunida novamente. Nem que seja pela última vez. Assim, o roteiro trata ele de forma impressionante e o coloca nos holofotes para dar o tempero que falta para o que virá no fim da temporada.

VIserys é a verdadeira estrela do episódio

Uma cabeça bem cortada

Já que falamos na escrita, também devo exaltar aqui a cabeça cortada na TV mais bela desde Eddard Stark em Game of Thrones. Quando alguém que não faz parte da família se atreve a dizer as verdades que todos tentaram tanto esconder, um certo alguém não hesita e arranca fora o que está acima do pescoço e sangue chega até a espirrar para fora da tela. É impossível não achar o momento bem encaixado e, ainda que sejam aversos à violência, a cena é espetacular por si só.

Eu creio fielmente que daqui em diante não teremos algo que chegue próximo ao que vimos aqui. Por mais que seja uma sequência e possa finalizar de forma eletrizante, em questão de roteiros e profundidade, este é o máximo que podem atingir para A Casa do Dragão. E, ouso dizer, será um dos responsáveis por levar a série para as mais diversas premiações no início de 2023. Podem anotar, a HBO vai ter de aumentar a sua sala de troféus por causa disso.

A cara de quem sabe que não tem concorrência

Também sei, caros leitores, que os próximos episódios serão de dragões, guerra, sangue e uma disputa acirrada por um trono que já sabemos como terminará. Essa trégua entre Rhaenyra e Alicent é delicada demais e acabará ruindo, os seus filhos já estão em conflito desde a infância e Daemon parece estar curtindo e se divertindo assistindo a tudo. As casas auxiliares ainda não se movimentaram, o que deve oferecer ainda mais perigo ao que virá.

Faltando apenas dois capítulos para ser encerrada a primeira temporada, acredito que já temos tudo o que necessitamos em mãos para avançar ainda mais e ver um desfecho não tão saudável assim para estes personagens. Como afirmei anteriormente, como não li os livros, não sei quem sairá vitorioso disso, mas a HBO conseguiu fazer o que achei impossível: me cativou a ponto de me importar com cada um destes seres que foram apresentados ali. Independente de quem vença ou perca, o público será abalado.

A Casa do Dragão será exibido todos os domingos a partir das 22h na HBO Max. Veja mais em Críticas de Séries!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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