A Casa do Dragão - Episódio 2 | Crítica: Política - Nerdizmo
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A Casa do Dragão – Episódio 2 | Crítica: Política

A Casa do Dragão

A Casa do Dragão está aí para comprovar que a HBO não apenas acertou no tom da adaptação como mostrar que um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. A ideia deste episódio não é botar dragões para brigarem ou mostrar batalhas e ação como foi no anterior. Se espera para ver algo assim, ao menos por enquanto, sairá bem desapontado e isto é bem claro nos primeiros minutos.

O maior campo de guerra e ação inicia numa mesa e com debates políticos. É até cômico falarmos sobre isso quando o capítulo era exibido quase que simultaneamente ao debate para a presidência da República no Brasil. Em Westeros, antes de pegar nas espadas, eles impõem suas artimanhas, revelam suas verdadeiras facetas e intenções e criam um verdadeiro ambiente espinhoso para alcançar o mais puro e desejado poder para suas mãos.

Porém, o mais interessante é ver que você pode sim ter dragões e reis. Só que isso não tem relação alguma com aquilo que sente mais vontade ou ter sua palavra reconhecida. Estas teias que estão sendo tecidas e vão capturar diversos destes personagens começou a surgir em tela e cabe apenas a nós acompanharmos este festival que promete muito fogo e sangue. E antes que me esqueça de comentar, finalmente a abertura está no ar!

Targaryen em A Casa do Dragão

Vamos combinar, é muito bom ver como era a relação entre os Targaryen em A Casa do Dragão. Não existiam muitos quando vimos a história de Game of Thrones, porém agora eles estão por todos os lugares e tramando as maiores artimanhas para obter seu espaço no reino. Nem que para isso seja necessário sacrificar mulheres e crianças. Se tem algo que vai saindo do véu cada vez mais é que “pudor” não será uma palavra-chave utilizada por aqui.

As relações entre Daemon, Rhaenyra, Viserys e Corlys, até mesmo a participação de Princesa Rhaenys em determinadas discussões, abrem o jogo sobre quem está no comando e quem apenas está seguindo o jogo. E lá vai a real: foi muito interessante ver as pequenas discussões até as maiores, revelando as inúmeras camadas que as aparências escondem durante os atos de cada um.

Um dos maiores, senão o maior jogador disso, é revelado em Otto Hightower. Disposto a abalar as estruturas da família, ele acaba colocando sua própria filha em uma posição muito delicada e tenta mexer com a ideia de todos para alcançar algo que segue apenas como um sonho na mente da Mão do Rei. Embora Alicent esteja mais preocupada com as reações e possíveis ações de sua amiga, é perceptível o quanto o alerta ao seu pai é despertado na personagem.

Alicent tem um papel importante a desempenhar

Sentir o gosto deste conflito em A Casa do Dragão também foi possível, com Daemon fazendo a sua jogada para determinar o seu próprio lugar dentro disso tudo. Se alguém achou que o grito de Viserys seria o suficiente para tirá-lo de dentro do tabuleiro, ouso informar que acreditou em algo equivocado. Ele não podia estar mais sedento por tomar o que acredita ser seu por direito e provoca bastante durante o episódio 2.

E ainda que Rhaenyra não tenha o desejado destaque que obteve no capítulo anterior, ela demonstra ser uma presença avassaladora por onde passa. Nos poucos momentos de tela que surge, a personagem brilha de forma impressionante. Seja batendo de frente com o Conselho ou com o seu próprio tio, a princesa revela uma força que dará muito trabalho aos demais que estão acostumados apenas à “velha política” que está presente em Westeros.

Rhaenyra se destaca nos poucos momentos

Pisando com cuidado

Em termos de qualidade, não perdemos em nada para o que vimos no piloto na última semana. Isso torna as coisas ainda mais interessantes, julgando que aquela empolgação uma hora passa e a produção tem de se provar de frente ao público. Pegando aquilo que mais fez sucesso em Game of Thrones e trazendo alguns toques distintos para a série, podemos ver que estão sendo cautelosos e extremamente certeiros em pisar neste terreno que foi alvo de diversas críticas negativas no passado.

Sim, caros leitores, sabemos que apenas as últimas temporadas daquele seriado antigo foram ruins e tudo mais. Considerando que George R. R. Martin voltou a se envolver em A Casa do Dragão e esta é inspirada numa obra que já se encerrou, não tem muito onde errar. Porém, acredito que seguirem sem colocar os carros na frente dos cavalos nem agitarem mais do que o necessário está sendo um belo aceno aos fãs que desejam ver bem mais do que apenas répteis voando pelo céu e causando estrago.

A política vem antes dos dragões

Antes disso, o terreno deve ser preparado e as peças tem de começar a se mover para determinar o que rolará em um breve futuro. Em quase 300 anos os Targaryen tiveram uma saga para contar e isso se faz também no âmbito político. Nada mais justo vermos como era a escalada da autoridade que eles possuíam e também compreender melhor como foi a sua queda perante um reino que não perdoa as mentes mais fracas.

Se aceita um conselho, apesar de faltar um pouco de “ação”, continue acompanhando a série e acredite no quanto é importante termos momentos assim. São eles que montam a profundidade necessária e todo o cenário para as coisas que virão e prometem abalar todas as estruturas. Vale lembrar que, até o momento, os dragões não foram colocados ainda para jogo e Viserys já pronunciou “uma guerra só acontece quando entrar em confronto é inevitável”. E pode apostar que este momento chegará.

A Casa do Dragão será exibido todos os domingos a partir das 22h na HBO Max. Veja mais em Críticas de Séries!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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