Watch Dogs chegou ao mercado depois de ter recebido um caminhão de expectativas, desde vídeos liberados pela Ubisoft até propagandas que mencionavam GTA V na época em que foi lançado. Expectativas, no entanto, podem ser uma armadilha.

A melhor coisa que você pode fazer ao começar a jogar um game é tentar esquecer tudo o que você viu sobre ele. Igual quando você vê um trailer de filme que entrega muito da história, e era melhor nem ter visto.

Levando esses pontos em conta, podemos dizer que Watch Dogs é um bom jogo. Não só bom, mas excelente. Cumpre totalmente o seu papel oferecendo um mundo aberto para o jogador explorar e brincar com assuntos contemporâneos, como a vigilância, smartphones e hackers.

História sem profundidade

A história do game não é o seu forte. Para quem é acostumado com Assassin’s Creed, por exemplo, também da Ubisoft, dava para esperar reviravoltas mais intensas na narrativa que acompanha o hacker Aiden Pierce. Não é o caso.

Apesar da temática entre gangues de hackers, grandes empresas e informações confidenciais ser atrativa, Aiden Pierce e o restante dos personagens que aparecem na história, porém, não tem tanta profundidade. Pierce parece um cara confuso que se vê em meio a uma enrascada depois de se envolver com gente perigosa. No final das contas, ele busca vingança e não sabe muito bem porque mata pessoas.

Sua irmã e sobrinho são personagens genéricos, sendo que o garotinho mal se manifesta ou traz qualquer empatia para o jogador. Em meio a tais personagens sem sal, a dublagem torna tudo um pouco mais artificial e tira a pouca naturalidade que cada personagem tem.

Ciberterrorismo: o ponto alto do jogo

A temática moderna do ciberterrorismo também dá a identidade do jogo possibilitando hackear dispositivos eletrônicos. Você pode tanto roubar dinheiro de contas bancárias de pessoas aleatórias na rua, quanto explodir dutos de gás ou mudar semáforos nas ruas com um smartphone.

Com esses “poderes”, é possível fugir de perseguições ou da polícia. Há também pequenos gadgets que ajudam sairmos ilesos: bombas relógio, interrupções de varreduras policiais e o apagão – que cria um blecaute na cidade.

Há uma série de problemas, principalmente nas versões para PC e consoles Xbox 360 e PlayStation 3. Travamentos, glitches, bugs e uma pancada de probleminhas foram relatados em diversos fóruns e publicações por aí. Na versão que testamos, a do PlayStation 4, aproveitamos o game do começo ao fim sem qualquer tipo de bug drástico ou problema técnico grave.

O mesmo vale para o visual, que é muito bem construído, seja nas animações dos personagens ou nas paisagens da cidade virtual de Chicago.

Watch Dogs é como se fosse um Assassin’s Creed na cidade

Temos torres para serem liberadas as quais destravam diversas missões secundárias, locais para explorar, itens para coletar e, finalmente, as missões principais da campanha. Essas, variam entre invadir servidores, completar pequenos quebra-cabeças, proteger um aliado ou simplesmente descer o sarrafo nos inimigos. Divertido o bastante para um jogo do gênero.

Há uma mescla de elementos de diversos jogos da produtora em um só. Podemos lembrar de Splinter Cell nos trechos de tiroteio ou de espionagem, de Assassin’s Creed nas perseguições e ação estilo parkour, Far Cry na hora de conferir o mapa, e assim por diante. Isso não significa que o jogo é ruim. Pelo contrário, as conhecidas mecânicas ainda divertem, se montadas de uma forma atrativa, como é o caso de Watch Dogs.

Para quem quer mais variedade, há muitos veículos, armas, habilidades especiais e até modos online de jogo para aproveitar.

Há poucos jogos ainda lançados para a nova geração de consoles. Watch Dogs é um deles, com a vantagem de ser um game bastante divertido e com uma equipe de desenvolvimento competente.

Watch Dogs

Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
Editora: Ubisoft
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 3, Xbox 360, PC e Wii U.
Gênero: Ação
Data de Lançamento: 27/05/2014

Flávio Croffi

Jornalista há mais de 18 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principoais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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