Red Dead Redemption 2 | Review - Um mergulho na vida do Velho-Oeste americano - Nerdizmo
Nerdizmo

Red Dead Redemption 2 | Review – Um mergulho na vida do Velho-Oeste americano

Se a gente já viu tantos filmes do Velho Oeste norte-americanos, desde os primórdios do cinema, a Rockstar agora permite que a gente possa viver isso, de fato, com Red Dead Redemption 2.

Se a gente já viu tantos filmes do Velho Oeste norte-americanos, desde os primórdios do cinema, a Rockstar agora permite que a gente possa viver isso, de fato, com Red Dead Redemption 2.

Chegou a hora de montar no seu cavalo e experimentar como é viver no ano de 1899, quando gangues de foras da lei e corruptos dominavam o crime e a indústria começou a sua ascensão nos Estados Unidos.

A história de um fora da lei envolto de bandidos implacáveis

Desta vez,acompanhamos um fora da lei chamado Arthur Mogan. Um dos capangas da gangue de“Dutch” Van der Linde – o mesmo grupo de bandidos que John Marston, protagonista do primeiro Red Dead Redemption faz parte.

Em um Velho Oeste dos Estados Unidos ficcional do século XX, os bandidos enfrentam uma mudança repentina no mundo, onde a revolução industrial dá mais espaço para um mundo civilizado e com mais “ordem”, diferente do caos o qual eles viviam antigamente.

Arhur, portanto,acompanha um grupo de 20 pessoas, entre homens e mulheres, que fazem parte de uma gangue de bandidos e tentam ganhar a vida com assaltos, roubos e trapaças. Tudo a mando o chefe “Dutch”.

Funciona da mesma que o título anterior, exploramos um vasto mundo aberto com muitas personalidades, cidades, ranchos e pouco mais de uma centena de missões, entre primárias e secundárias, e muitas opções e afazeres, que caminham entre a caça,pesca, roubos e exploração.

Um belíssimo e amplo mundo criado pela Rockstar

Apesar de um início um tanto lento, logo somos introduzidos a um mundo aberto magnífico cuidadosamente construído para oferecer centenas de horas de diversão para quemo adentra.

O mundo que vemos em Red Dead Redemption 2 é, sem dúvidas, um dos mais belos e mais bem executados de todos os tempos nos games.

Cheio de colinas, montanhas, florestas, lagos, riachos, pedras, neve, plantações, cavalos, animais de todos os tipos (são mais de 200 espécies), o game oferece uma infinidade de detalhes, que vão desde as texturas e gráficos da vegetação, personagens, estruturas, flores, e principalmente o céu.

As cores mudam, o clima muda. Enquanto você cavalga pelo amplo mundo, uma névoa pode cobrir toda a sua volta e dar aquele clima de manhã fria. Em outro momento, a chuva pode cair e ressaltar a melancolia que o game oferece.

Esse clima dinâmico inclusive é usado propositalmente em determinadas missões. Às vezes, uma música calma e triste é acompanhada de uma chuva terna. Em outros momentos, o sol duro e poderoso acompanha os personagens durante perseguições e tiroteios. Ou a lua ilumina a vegetação e as carruagens durante um objetivo a ser feito na calada da noite.

Há uma atmosfera totalmente imersiva neste mundo. Aliás, a Rockstar costumava dizer que o personagem principal de seus games da série Grand Theft Auto eram as cidades e o mundo aberto que eles oferecem. Aqui não é diferente. Grande parte da aventura você passa contemplando os elementos da natureza. E isso é simplesmente maravilhoso.

A vida no Velho Oeste

Este game apresenta de uma forma bastante realista e imersiva como é viver no Velho Oeste dos Estados Unidos.

Isso não significa apenas atirar a cavalgar. Há detalhes mínimos apresentados que dão todo um“tempero” para a imersão da época.

O seu personagem pode comer, beber, fazer a barba, trocar de roupas, pescar, cozinhar, produzir ervas, remédios, receitas, munições e até mesmo cuidar e estabelecer um laço duradouro com o seu cavalo.

Há também a possibilidade de caçar animais pelas florestas, planícies e montanhas. Diversas espécies oferecem diferentes tipos de itens: presas, couro, carne. Cada um dos itens pode ser usado para criar determinados itens (como vestimentas); ser doado para o acampamento de bandidos ou vendido em açougueiros em cidades.

Ações também geram consequências, boas ou ruins. Roubar pessoas nas estradas ou nas cidades rendem uma má fama, enquanto ajuda-las rende mais boa fama. E assim por diante. Dependendo de como você é visto por aí, pode ser mais bem aceito ou mais odiado.

Isso faz o jogador pensar em como quer seguir o jogo. E escolher o que quer fazer a qualquer momento. Se você cansar das missões principais, por exemplo, pode passar um tempo pescando, caçando, cavalgando…

Exército de um homem só

No acampamento de bandidos, Arthur pode contribuir com dinheiro e recursos para manter a moral de todo mundo por ali. Isso, no entanto, parece não afetar muito a jogabilidade no geral. Não é perceptível o quanto uma moral alta ou baixa influi, de fato.

Além disso, o game ressalta que tanto Arthur quanto outros membros da gangue doam dinheiro e suprimentos para o acampamento. No entanto, ao conferir os registros, dá para notar que quase ninguém contribui com nada.

Fica a seu cargo manter as provisões cheias e o acampamento abastecido – de munição, alimentos e suprimentos em geral.

O mesmo vale para as missões em geral e afazeres. Arthur parece ser o principal capanga por ali.Trabalha mais que todo mundo, realiza os principais afazeres e as tarefas mais perigosas da gangue. O jogo não passa qualquer indício de que alguém mais faz alguma coisa além dele.

E, apesar e carregar todo um grupo de 20 pessoas nas costas, ele é muito mal recompensado por isso.E ainda precisa engolir sapo a todo momento em torno de um monte de bandidos burros e estúpidos – incluindo o próprio chefão, Dutch.

O preço por sua cabeça

Existe um sistema de recompensa por sua cabeça, dependendo de suas ações. E isso pode ser uma pedra no sapato durante o jogo, levando em conta que a polícia ou caçadores de recompensa podem te irritar bastante especialmente quando você está no meio de uma missão.

É um tanto controverso este sistema, pois algumas ferramentas do jogo praticamente o forçam a se tornar um cara procurado. Um exemplo disso são os controles. Ao cavalgar na cidade, por exemplo, facilmente você atropela alguém por não conseguir desviar a tempo. Resultado: preço na sua cabeça por assassinato.

Outro ponto é que,mesmo eliminando bandidos e saqueadores, seja em esconderijos ou gente que ataca você no meio da cidade, você será denunciado. Novamente, a polícia no seu encalço. Justamente por ser um cara que acaba com os bandidos.

Essa recompensa inclui outros problemas, como pressionar botões erroneamente e repentinamente atirar ou socar alguém na rua. Ou simplesmente mirar sem querer a arma para um cidadão.

Se você rouba um trem, ou uma loja, por exemplo, e consegue US$ 100 no roubo. Pode esperar que a recompensa pela sua cabeça seja em torno de US$ 200. Ou seja, acaba por não ter sentido seguir o “instinto” fora da lei de um bandido como Arthur Morgan.

A maior parte da grana que você consegue no jogo, de fato, vai para pagar a recompensa por sua cabeça, para poder andar livremente nas cidades.

A trilha sonora primorosa criada especialmente para o jogo

Outro show de qualidade está na trilha sonora de Red Dead Redemption 2, que foi totalmente criada exclusivamente para o jogo. De forma dinâmica e interativa, as músicas invadem o ambiente resultando em uma magnífica imersão do Velho Oeste.

A trilha foi composta por Woody Jackson, conhecido por criar as trilhas sonoras originais do primeiro Red Dead RedemptionL.A. Noire e Grand Theft Auto V com Tangerine Dream, The Alchemist e Oh No.

Entre os talentos que fazem parte das composições estão mais de 110 grandes nomes da indústria musical, que trabalharam com artistas como Johnny Cash, Beck, Iggy Pop, Björk,Frank Ocean.

Já os trechos vocais foram compostos por Daniel Lanois, vencedor do Grammy e conhecido por produzir álbuns de Bob Dylan, Neil Young e Willie Nelson. Os vocais também incluem músicos como D’Angelo, Willie Nelson, Nas, Rhiannon Giddens e Josh Homme(Queens of the Stone Age).

Grande parte da ambientação e clima do jogo se torna extremamente agradável e prazerosa acompanhado das músicas que acompanham determinadas situações: seja na fuga de um grande assalto, ou para a conclusão de um capítulo cheio de reviravoltas, problemas e traições.

Nem tudo é perfeito: Pontos negativos a se considerar

Apesar de toda a maravilha que o jogo oferece, existem alguns pontos que realmente são um “pé no saco”. Um deles é a necessidade de permanecer pressionando o botão para o cavalo manter o passo rápido.

Depois de dezenas de horas fazendo isso em um jogo em que a grande maioria do tempo você cavalga e viaja de um ponto para o outro, começa a ser totalmente desnecessário e um tanto irritante. Isso, aliás, é um problema que poderia ser solucionado facilmente em todos os jogos da Rockstar.

Recorrente também nos jogos da companhia são os controles um tanto confusos. O personagem semostra lento, e muitas vezes você se verá em locais que não quer principalmente no meio da ação ou tiroteio.

Ou até mesmo se envolva em quedas bruscas ou até se mate ao colidir com o cavalo em pedras, árvores, ou simplesmente cair de um penhasco pela falta de controle preciso do personagem.

Tudo parece muito “travado” e “duro” na hora de se movimentar. Tanto a pé quanto de cavalo.

Outro ponto ruim a ser destacado são os checkpoints. Muitas vezes nada amigáveis, e você tem que iniciar a missão do começo praticamente porque morre em determinados momentos. O que causa desconforto e um “corte” na progressão e empolgação do momento.

Finalizando os pontos ruins, que são poucos em comparação a obra como um todo, temos um mundo bastante vasto e extenso, mas que muitas vezes é vazio. Cavalgamos por todo canto por horas a fio, e de fato pouca coisa acontece. Uns animais ali, outros aqui – e alguns poucos eventos aleatórios na estrada ou nos arredores. Nada, porém, tão surpreendente. Apenas distrações rápidas que podem ser resolvidas em segundos e depois de um tempo se tornam repetitivas. Sem falar em algumas dessas missões e eventos aleatórios que são realmente chatos.

Siga a linha: um jogo vasto e livre, mas com uma narrativa totalmente linear

Red Dead Redemption 2 é um parque de diversões imenso, onde você pode realizar várias coisas de diferentes formas e muitas vezes, como quiser.

Essa liberdade de escolha, porém, infelizmente não se estende para a narrativa da história principal ou até mesmo das missões no geral.

Não há como dar um passo fora da linha. Você precisa seguir à risca o que a história do jogo propõe. Ou seja, Arthur agirá de acordo com que está pré-estabelecido. Não há qualquer tipo de escolha significativa.

Às vezes, se você ousar fazer algo diferente, espere por um “Game Over” e volte ao último checkpoint, para que assim você possa concluir a missão de acordo com o que é proposto.

Levando em conta a tecnologia atual e como os games evoluíram ao longo do tempo, este é um traço um tanto decepcionante na história. Especialmente porque nem sempre você espera que o personagem aja de tal forma em relação a determinadas ações. E isso acaba tornando as coisas um pouco enfadonhas depois de passar tantas horas acompanhando Arthur e a sua gangue.

Significa que, ao longo do jogo, você se torna o Arthur. Acaba por não gostar de determinados personagens, e gostar de outros. Nessas horas, ter algum tipo de poder de escolha seria algo realmente interessante.

De qualquer forma,toda a narrativa é muito bem escrita, assim como os personagens. Espere muitas reviravoltas, ação, tiroteios, fugas, e missões de diferentes tipos. Assim como na série Grand Theft Auto, algumas entediantes, outras mais divertidas.

A conclusão de uma grande saga, e o início de outra

Depois de dezenas de horas nas botas de Arthur Morgan, podemos concluir a história do personagem e conferir um Epílogo que faz uma ligação direta com o primeiro game da série. A narrativa final foi muito bem arquitetada a ponto de despertar saudosismo e nostalgia em qualquer um que acompanhou John Marston: os dois capítulos finais deste game fecham a obra com chave de ouro.

Red Dead Redemption 2 é um jogo muito ambicioso e extremamente bem construído. Desde o seu vasto e detalhado mundo até a construção das missões, interações e narrativa que vai do céu ao inferno usando personagens complexos e um pano de fundo bastante realista.

Ao longo da história, você realmente se importa com os personagens. Passa a gostar deles e até mesmo vê-los como parte de sua família. Trata-se de um feito de imersão maravilhoso para qualquer artista que desenvolve um game.

Não há outro jogo com um ambiente de mundo aberto tão maravilhoso, especialmente quando experimentamos isso no Xbox One, com todos os efeitos HDR e resolução em 4K.

A Rockstar tem conquistado um espaço único na indústria de games com seus títulos extremamente bem trabalhados: este game não é exceção e mantém a fama da excelente desenvolvedora.

Trata-se de um título extremamente imersivo, bonito e que introduz muita diversão, apesar de muitos momentos se mostrar um game lento. Isso, porém, pode ser relacionado a determinado ponto de vista: afinal, a lentidão nos força a contemplar o trabalho de tantos anos, e de tanta gente, ao criar este magnífico mundo virtual.

Red Dead Redemption 2

Desenvolvedora Rockstar Games
Publicadora Rockstar Games
Plataformas Xbox ONE, PlayStation 4
Data de lançamento        26 de outubro de 2018
Gênero Ação
Modos de jogo Single-player, Multiplayer Online

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments