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5 pontos na segunda temporada de Stranger Things que quase estragaram tudo

Alguns pontos que, na nossa opinião, foram bem decepcionantes

A segunda temporada de Stranger Things estreou neste ano no Netflix depois de ter uma excelente primeira temporada exibida em 2016. A série que conquistou o coração de crianças, jovens e adultos principalmente pelo seu excelente elenco de crianças e veteranos, e por apostar na ambientação totalmente caracterizada dos anos de 1980.

Levando em conta o sucesso da primeira temporada, é lógico que todo mundo espera, na sequência, uma produção que faz juz ao que foi apresentado. E torce para que a história continue tão boa e cativante quanto.

É aí que a gente torce um pouco o nariz e separa alguns pontos cruciais e ruins. Aqueles que achamos que tirou um pouco da magia do seriado e, infelizmente, o tornou mais um produto feito apenas para se popularizar mais e gerar mais grana. Um fenômeno recorrente em muitos seriados e especialmente em produções do Netflix.

Calma, não precisa se apavorar. A segunda temporada continua muito boa e instigante. Ao menos até a metade. Possivelmente porque exige muita cagada para estragar a excelência que criaram na primeira temporada.

E os pontos que a gente descreve abaixo não foram suficiente para estragar tudo. Mas a gente fica com o coração apertado ao dizer que quase… quase estragaram.

Os pontos da segunda temporada de Stranger Things que quase estragaram tudo

Ramificações desnecessárias

Ok, a gente adorou os personagens da primeira temporada e suas narrativas. Porém, o enredo, como um todo, costumava ser totalmente amarrado e com um objetivo único e preciso. A segunda temporada claramente se abre totalmente para vários lados. Uma ramificação de narrativas e histórias que acompanham diversos personagens. Seja na indecisão de Nancy em escolher o seu par (Steve ou Jonathan), ou na busca de Eleven em relação às suas origens, que resultou em um dos episódios mais sem sentido de todos os tempos. Que, é claro, se tornou no próximo ponto…

O que foi aquele sétimo episódio?

Eleven (Onze) é a estrela máxima da série. Aquela personagem que manteve o mistério na temporada anterior, fazendo com que a gente devorasse os episódios para saber um pouco mais sobre ela, ou o que aconteceria com a garotinha telepata. Acontece que nesta temporada, em específico, eles resolveram se aprofundar um pouco na história dela, mas criaram uma espécie de spin-off no meio da série. É como se fosse um episódio à parte, que contasse outra história (criada às pressas) para dar um sentido ao final. Nada de profundidade. Nada a ver com nada, de fato. E isso nos fez questionar…

Onde está a Eleven?

O que fizeram com a melhor personagem da série? Aquela garotinha inocente, que foi isolada e humildemente aprendeu a falar, agir, viver, em companhia de Mike, Lucas e Dustin. Eleven desta vez está rancorosa, ciumenta, e sai em busca de descobrir mais sobre a sua história. O problema é que essa busca dura um episódio, como se tudo se explicasse rapidamente, de forma chutada, para que o final dê certo e, claro, abra alas para uma nova temporada. Para piorar tudo, vestiram a garota de uma forma totalmente sem noção, como se ela fosse um rebelde punk agressivo, e mantiveram a vestimenta até o fim, o que criou uma certa crise de identidade não nela, mas em nós. Fazendo com que nos perguntássemos onde está aquela garotinha sensacional que conhecíamos.

O doce cachorrinho do inferno

Dustin em certo ponto da temporada cria certo apreço por uma criatura gosmenta que ele encontra na lata de lixo. Cuida do bichinho, defende a todo custo e “conversa” com ele, expressando seus sentimentos. Nada dá certo com o bicho e mais tarde, quando ele encontra a criatura, transformada em um cachorro infernal que dilacera humanos (um DemonDog, como ele mesmo batiza) basta uma fala mansa e um pedacinho caramelo (!!!) para que o monstro não ataque seus amigos e eles simplesmente vão embora, deixando a doce criaturinha ali, se alimentando. Aí que fica a pergunta: como é possível um monstro infernal do mundo invertido desenvolveria qualquer capacidade de entendimento, empatia?

Drama exacerbado

Tudo ficou mais dramático. Romances, perigos, frases de efeito. Muitas das cenas são arrastadas para cativar aqueles com corações mais moles, sentimentais. Existir momentos assim tudo bem, faz parte da narrativa e do ser humano. Mas fica um pouco chato quando o seriado se prende em músicas de pianinho estilo Domingão do Faustão e programa do Luciano Huck para acompanhar diálogos emocionais. Forçaram a barra. E toda esse esforço dá um ar mais de novela, não de seriado de horror.

De qualquer forma, Stranger Things 2, como um todo, não desaponta. É uma série com uma excelente fotografia, ambientação, referências aos anos 80 (em relação a games, músicas, filmes, cultura pop em geral) e a nova temporada trouxe boas novidades, como novos personagens — destaque para Mad Max, a garotinha ruiva skatista — e um monte de novos mistérios e cenas de ação.

Mesmo com todos esses pontos um tanto desastrosos, a série continua como uma excelente fonte de diversão. Principalmente para quem curte maratonas e assiste tudo em uma ou duas sentadas.

A gente só espera que na próxima temporada os irmãos Duffer (os criadores da série) reconheçam os eventuais erros e quebra de ritmo que causaram um certo caos, e tragam a magia da produção [e principalmente da Eleven] de volta.

Leia mais sobre Stranger Things.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Fernando Miranda
Fernando Miranda
6 anos atrás

Discordo de 50% do que foi mencionado em seu artigo, entretanto concordo que algumas escolhas de narrativa foram completamente equivocadas. Para mim, a pior de todas foi a inserção do personagem Billy, feita de uma maneira não imaginativa e sem graça, simplesmente porque com a transformação de Steve em mocinho os autores sentiram a necessidade de inserção de um vilão humano. Punk 11 não foi tão ruim ao ponto de estragar a história, mesmo porque é possível ver um ponto de continuidade desse arco narrativo nas próximas temporadas.

Fernando Miranda
Fernando Miranda
6 anos atrás

Discordo de 50% do que foi mencionado em seu artigo, entretanto concordo que algumas escolhas de narrativa foram completamente equivocadas. Para mim, a pior de todas foi a inserção do personagem Billy, feita de uma maneira não imaginativa e sem graça. Simplesmente porque com a transformação de Steve em mocinho, os autores sentiram a necessidade de inserção de um vilão humano, porém Billy teve pouquíssimo impacto. Punk 11 não foi tão ruim ao ponto de estragar a história, mesmo porque é possível ver um ponto de continuidade desse arco narrativo nas próximas temporadas. Eu penso que a coisa quase se estraga até a metade do terceiro episódio, quase mudei o nome da série para “Ordinary Things”, dali em diante a série tem pontos altos como a sequência heróica de Bob ou Will possuído pelo Mind Flayer. O fato é que a season 2 é um trampolim para o salto das próximas duas temporadas (Não creio que a série venha ter mais que 4 temporadas no total), aonde acredito que serão muito intensas, pois o cenário e descrição de personagens já estão bem estabelecidos. Se os narradores optarem por investir em toda carga lovecraftiana inserida na segunda temporada, seremos agraciados com a porção mais sinistra e estranha de toda série. O mais importante de tudo é manter sempre que a solução surja das crianças, não por elas se comportarem como adultos, mas sim por retirarem as soluções do seu universo infantil.