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Os 30 anos de Clube dos Cinco

Filme marcou uma geração quando foi lançado, e continua fazendo o mesmo até hoje.

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Há 30 anos, nós ouvíamos os primeiros acordes de Don’t You (Forget About Me), do Simple Minds, enquanto éramos apresentados a um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso. O Clube dos Cinco é até hoje um filme que reflete muito bem a época colegial da vida do jovem.

Dá um play aí, enquanto lê o post 🙂

John Hughes é conhecido pelos filmes mostrando a adolescência de uma forma real, fácil de se identificar, seja pelos rótulos que nos damos, ou pelos desejos, relações românticas ou até mesmo familiares e hierárquicas. O Clube dos Cinco foca bastante em como as pessoas colocam as pressões nos jovens, nas consequências das relações familiares ou entre professor e aluno. Fácil de se identificar, não?

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A Desconstrução dos Rótulos

Com esse objetivo, o filme se fecha em praticamente um único ambiente, a sala de detenção com o grupo, para que nada tire o foco dos diálogos, que são o grande espetáculo ali. Temos 5 estereótipos se chocando e se desconstruindo ao longo da película, mostrando que o jovem é muito mais do que uma palavra. São pessoas imensamente diferentes que acabam descobrindo isso não ser um problema. Não é a toa que, após passar o dia juntos, o filme encerra com uma fusão de todos, uma noção de que todos eles podem ser muito mais do que um simples rótulo.

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“Caro Sr. Vernon, aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um sábado inteiro na detenção, pelo que fizemos de errado, o que nós fizemos foi errado, mas acho que você está louco por nos fazer escrever um texto dizendo o que nós pensamos de nós mesmos. Você nos enxerga como você deseja nos enxergar.

Em termos mais simples e com as definições mais convenientes. Mas o que descobrimos é que cada um de nós é um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso.

Isso responde a sua pergunta?”

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Além disso, há toda a crítica dessa relação formada por rótulos e o descaso das escolas nisso. A sociedade escolar, ao menos naquela época, não permitia misturas e diversidade, e isso é explorado muito bem nos diálogos ao longo do filme. Há também a discussão se a amizade continuará após o dia, se aquilo pode superar as barreiras impostas ali, porque muitas vezes é impensável a ideia de ter pessoas tão diferentes unidas.

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O Clube dos Cinco

Cada personagem do grupo tem sua importância, motivação, medos, necessidades e características. Praticamente todos ali acabam se chocando ao longo do filme, revelando cada vez mais de si nesse meio tempo, o que os torna mais humanos. As discussões entre Brian e os outros personagens rendem ótimos momentos, assim como alguns monólogos (todos têm seu momento de brilhar), e, mesmo após ver o filme, nenhum deles acaba totalmente decifrado. Ainda há algum mistério, uma profundidade que não foi totalmente revelada, e não por falta de qualidade do roteiro, mas porque não havia necessidade. Ninguém se revela totalmente às outras pessoas, sempre há algo que fica nas sombras. Não somos tão simples assim, por mais que sempre tentem nos enxergar dessa maneira.

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O filme marcou uma geração quando foi lançado, e continua fazendo o mesmo até hoje, superando a enorme barreira do tempo. Diverso, profundo e com uma competente produção, não é por menos que o Clube dos Cinco está aí há 30 anos, tão atual e poderoso quanto no dia de seu lançamento.

Autor: Guilherme Souza

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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