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O que é verdade na temporada 2 de Mindhunter

Em meio a tanto mistério, drama e tensão, selecionamos os eventos que realmente aconteceram e inspiraram a nova temporada

O que é verdade na 2ª temporada de Mindhunter

Finalmente chegou a tão esperada temporada 2 de Mindhunter. A aclamada série da Netflix explora a unidade comportamental do FBI que analisou a mente dos serial killers mais aterrorizantes dos EUA através de entrevistas.

Com abordagem diferente da primeira temporada, a narrativa deixa um tanto de lado o agente Holden e se aprofunda nas vidas pessoais de Bill Tench e a Dra. Wendy Carr, personagens adaptados, respectivamente, dos investigadores John E. Douglas, Robert Ressler e Dra. Ann Burgess.

Em paralelo com o drama das vidas pessoais dos agentes do FBI e entrevistas com serial killers, a série toma um ritmo acelerado e muito tenso com a investigação angustiante de um assassino em ação na cidade de Atlanta.

Enquanto isso, algumas cenas curtas que aparecem desde a primeira temporada surgem com um personagem misterioso. Agora fica mais evidente que se trata de um assassino se preparando para realizar sua fantasia.

O enredo atinge clímax com a tão aguardada entrevista com Charles Manson e um evento perturbador que acontece com a família de Bill Tench. Em meio a tanto mistério e eventos perturbadores, a gente fica na dúvida do que é verdade mesmo na série.

O que é ficção

Eu já posso te adiantar algumas respostas sobre algumas coisas que foram escritas para dar um toque de drama e complexidade para a vida dos personagens da série.

O fato de o filho de Tench ter testemunhado o assassinato de um bebê é puramente escrito para a série. Robert Ressler tem 3 filhos, e seu filho Aaron nunca esteve presente em nenhum incidente parecido.

Na série, Holden é internado com crises de pânico após um encontro tenso com o gigante Ed Kemper. E isso também não aconteceu na vida real. Segundo o próprio John E. Douglas, ele foi internado em 1983 após uma encefalite quase fatal.

Também é ficcional a homossexualidade da Dra. Wendy Carr. A importante investigadora nas áreas de violência sexual e trauma é heterossexual, casada, e tem dois filhos.

O que é verdade na temporada 2 de Mindhunter

Charles Manson

O que é verdade na temporada 2 de Mindhunter

Apesar de não ter matado ninguém com as próprias mãos, Manson era um mestre da sedução e persuasão – algo muito bem constatado durante a entrevista de Holden e Tench, na série.

Conhecido como um dos serial killers mais famosos da história, Manson fundou uma seita hippie na década de 60 no deserto da Califórnia. Seu poder de persuasão era tão grande que alguns membros do grupo – chamado “Família Manson” – acreditavam mesmo que ele era um messias.

Manson tinha amizades com os altos escalões hollywoodianos e incentivou seus seguidores a cometerem uma série de assassinatos, sob influencia de drogas e manipulação psicológica pesada.

As vitimas mais conhecidas são do massacre de 1969: Abigail Folger, Jay Sebring e Sharon Tate – atriz e esposa do cineasta Roman Polanski, que inclusive estava grávida quando foi golpeada com 16 facadas.

Na série, a entrada triunfal de Manson, um cara baixinho e com uma mente extremamente perigosa, revelou uma caracterização excepcional do ator Damon Harriman, que encarnou os trejeitos do assassino perfeitamente, e também vive o mesmo personagem em Era Uma Vez em Hollywood, novo filme de Tarantino.

A entrevista de John E. Douglas com Manson realmente aconteceu. Só não se sabe exatamente se ele deu um autógrafo tão afrontoso no livro do investigador.

Filho de Sam

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David Berkowitz ficou conhecido como “Filho de Sam” porque era assim que assinava suas cartas provocativas à polícia.

O assassinou causou pânico na cidade de Nova York, entre 1976 e 1977. Ele atirava aleatoriamente em pessoas pelos vidros dos carros, com seu revólver calibre .44. Ao todo, matou 6 pessoas e deixou 7 feridas.

Berkowitz envolveu a polícia de Nova York em uma das maiores caças policiais da história da cidade. Ele foi preso em agosto de 1977, e isso só aconteceu porque foi multado por parar em um local proibido, próximo à casa de uma de suas vítimas.

Quando pego, justificou seus assassinatos de uma maneira absurda: segundo ele, um demônio possuiu Sam, o cachorro de seu vizinho, e comandava por meio dos latidos que ele cometesse tais atrocidades.

O que poderia ser fruto de um distúrbio mental foi confrontado em 1990, quando o assassino confessou ser tudo uma grande invenção.

Wayne Williams

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Na série, Ford viaja até a cidade de Atlanta e descobre uma lista de crimes não resolvidos cujas vitimas eram crianças negras.

A história é real. Pelo menos 28 crianças foram mortas entre 1979 e 1981. A maioria eram garotos, entre os 8 e 15 anos.

Wayne Williams, apesar de não ter sido condenado pelos assassinatos, segue como o maior suspeito. Seus principais alvos eram garotos com deficiência física ou mental ou que ele julgava serem gays.

Na maioria das vezes, ele os espancava até a morte ou os asfixiava. Depois de mortos, seus corpos eram jogados no rio.

A polícia apelidou Wayne como “O Monstro de Atlanta”.

Em maio de 1980, policiais de tocaia ouviram o barulho de algo sendo jogado no rio Chattahoochee, e encontraram Wayne, que foi interrogado e forneceu um número de contato falso. Dois dias depois, o corpo de Nathaniel Carter, de 27 anos, foi encontrado no rio.

O homem se tornou alvo principal da polícia e começou a ser investigado. Mais tarde, os policiais encontraram, em seu carro, manchas de sangue cujo tipo sanguíneo era compatível com o de Carter.

Em junho de 1981, ele foi acusado da morte de Carter e Jimmy Payne, de 29 anos, cujo corpo a perícia encontrou pelos do cão de Williams. Outras fibras nos cadáveres correspondiam a roupas, carpetes e toalhas do assassino.

Na época, as mortes das crianças não receberam tanta atenção da imprensa e da polícia federal, algo mais tarde conectado a atitudes racistas.

Atualmente, o assassino cumpre duas sentenças de prisão perpétua na penitenciária estadual de segurança máxima de Hancock.

Elmer Wayne Henley

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Henley foi condenado pela morte de seis jovens, em 1974.

Ele participou de crimes junto de outro serial killer, Dean Corll, que matou 28 pessoas. E inclusive assassinou o próprio parceiro de crime, em 1978.

William Henry Hance

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No final dos anos 70, Hance assassinou quatro mulheres nos arredores de bases militares do estado de Georgia, nos EUA.

O assassino chegou a enviar cartas ameaçando prostitutas negras, mas logo foi pego pela polícia.

Hance foi morto na cadeira elétrica, em 1994, e nunca confessou os crimes que cometeu.

Paul Bateson

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Paul era ator e trabalhou como coadjuvante no filme O Exorcista, do cineasta William Friedkin.

Em 1979, foi condenado pela morte da jornalista Addison Verrill. E foi solto sob condicional, em 2003.

Quando foi preso, a polícia ligou o homem à morte de alguns jovens gays da cidade, mas não encontrou provas o suficiente para condená-lo.

Em 2012, William Friedkin visitou o ex-ator e disse que ele relatou fatos que o fizeram pensar em duas possibilidades: ou Paul realmente estava ligado aos crimes, ou simplesmente pensava em confessá-los para obter uma sentença mais leve.

Hoje, o paradeiro do assassino é um mistério.

William Pierce Jr.

Pierce foi preso por atos de vandalismo como arrombamentos e incêndios. Quando liberado da prisão, em 1970, começou a cometer assassinatos na região de Atlanta.

No fim do mesmo ano em que foi solto, ele estuprou e matou uma menina de 13 anos.

Foi o primeiro de uma série de outros 9 assassinatos que cometeu em menos de um anos, até ser preso de novo, em 1971.

BTK

O personagem misterioso que aparece na série desde a primeira temporada é o “Estrangulador BTK”. Ele matou pelo menos dez mulheres na cidade de Wichita, no estado de Kansas, entre 1974 e 1991.

O apelido forma as siglas de “bind, torture and kill”, “amarrar, torturar e matar”, o modus operandi do assassino, que atacava mulheres usando uma máscara e chegava até desenhar suas vitimas amarradas com instrumentos de tortura.

BTK tinha fetiches por roupas femininas e asfixia erótica, e começou sua série de assassinatos matando uma família inteira, em 1974.

Ele enviava cartas à polícia com fotos dos corpos e mensagens orgulhosas.

A busca pelo estrangulador durou décadas. O caso foi arquivado em 2004, mas um ano depois, uma equipe de investigadores conseguiu captura-lo, após retomarem a caça pelo assassino.

Dennis levava uma vida dupla: era casado, tinha dois filhos, era líder dos escoteiros e presidente do conselho de atividade da igreja Luterana. Ninguém nunca desconfiou que ele pudesse cometer tais atos.  

Quando preso, o assassino confessou os crimes com frieza. Até hoje ele é lembrado nos anais da história criminal dos EUA.

Relembre quem são os serial killers entrevistados na primeira temporada de Mindhunter e saiba mais sobre a unidade comportamental do FBI em Tudo sobre Mindhunter.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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