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O Exterminador do Futuro: Gênesis – Crítica

Será que Schwarzenegger e Daenerys fazem uma boa dupla?

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Os fãs de O Exterminador do Futuro vivem em sofrimento. A franquia se iniciou em 1984 com o surpreendente O Exterminador do Futuro e depois explodiu em 1991 com O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final. Para depois entrar em queda livre, com duas fraquíssimas e genéricas sequências (O Exterminador do Futuro 3: A Salvação das Máquinas, de 2003, e O Exterminador do Futuro: Salvação, de 2009). É com o objetivo de mudar isso que O Exterminador do Futuro: Gênesis chegou aos cinemas, esquecendo completamente os dois últimos filmes da franquia. Mais do que isso, o filme ainda almeja ser uma espécie de reboot para a saga, fazendo uma releitura dos acontecimentos dos dois primeiros longas.

Homenagem e fraco roteiro

De início, tudo funciona muito bem. O primeiro ato do filme nos apresenta Kyle Reese (Jay Courtney) no futuro, sendo enviado por John Connor (Jason Clarke) ao passado para salvar a mãe, até o ponto onde se inicia o primeiro filme da franquia. A mudança ocorre quando, ao voltar, Kyle se descobre em uma linha temporal diferente, onde Sarah Connor (Daene Emilia Clarke) não precisa ser salva por ninguém, já que foi criada, desde criança, por um exterminador (Schwarzenegger).

As homenagens funcionam muito bem, inclusive com uma ótima recriação dos cenários e figurinos do filme de 1984, e a história segue sem fazer muitas firulas, mas ao entrar em seu segundo ato, onde a ação começa a se desenvolver e o roteiro inicia seus maiores plot twists, tudo começa a dar errado.

Viagem no tempo é algo complicado, e há alguns modelos que são seguidos pelos filmes, onde ela pode ou não alterar passado e futuro (em De Volta Para o Futuro, há alterações grandes, porém em O Exterminador do Futuro não há muitas). Gênesis começa a errar quando mistura essas duas possibilidades conforme lhe convém, gerando diversos momentos onde nada faz muito sentido, pois os conceitos começam a se anular. Assim se inicia um festival de acontecimentos aleatórios que estragam o filme lentamente.

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As tentativas de resgatar a essência

Enquanto o roteiro não ajuda, as atuações conseguem funcionar dentro de seus limites. Emilia Clarke convence como Sarah Connor, sendo um meio termo entre a ingênua garota do primeiro filme e a forte guerreira do segundo. O interessante aqui é ver como sua relação com o Exterminador é diferente, mais cômica até do que a entre o jovem John Connor e ele (em O Julgamento Final). E o próprio Exterminador está bem diferente.

Schwarzenegger está ótimo no papel, trazendo aquela mesma inexpressividade dos filmes anteriores, mas adicionando algumas nuances novas para o personagem, mostrando tudo que ele aprendeu ao ficar tanto tempo acompanhando a jovem Sarah. Logicamente, ainda temos todas as suas frases de efeito presentes, piadas que não poderiam faltar. A dupla é a grande veia cômica do filme, tornando-o bem mais engraçado do que os outros da franquia, o que acaba não sendo ruim.

Jay Courtney talvez seja o mais apagado entre os personagens principais. Sua atuação não traz nada muito diferente do que já visto antigamente, mas isso acaba não influenciando muito, visto que o personagem não protagoniza muitos momentos, aparecendo mais na hora da ação. Mas caso ele venha a ser mais utilizado no futuro, será necessária uma atuação melhor, para que tenhamos um personagem que vá além das caras e bocas.

A ação, infelizmente, é uma complicação do filme. Durante boa parte dele, o que vemos é bem comum. Nada salta aos olhos, e algumas cenas acabam exagerando no uso de CGI sem real necessidade. O único momento onde vemos algo melhor sendo feito é no final do filme, que traz um frescor para a construção da batalha final e funciona muito bem.

O Exterminador do Futuro: Gênesis era promissor, mas o resultado ficou muito aquém do que os fãs da franquia esperavam (e ainda esperam) desde 1991. Com uma trama cheia de falhas e sem originalidade, é tão genérico que se mistura facilmente aos inúmeros filmes de ação lançados todos os anos (tanto que pouco lucrou nesse feriado estadunidense). Contudo, há uma pequena faísca ali, que se trabalhada nos próximos filmes, quem sabe gere algo digno do início da franquia.

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Exterminador do Futuro: Gênesis

 

 

 

 

 

 

Autor: Guilherme Souza

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Crismacleiton
Crismacleiton
3 anos atrás

Razoável quanto acritica muito boa