O Agente da UNCLE | Crítica: outro bom filme de espionagem no ano - Nerdizmo
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O Agente da UNCLE | Crítica: outro bom filme de espionagem no ano

E se os melhores agentes secretos dos EUA e URSS se unissem para proteger o mundo?

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A safra de filmes de espionagem está boa esse ano, com títulos bem diferentes entre si (pegue, por exemplo, Kingsman e Missão Impossível) e uma qualidade na história que consegue nos prender na cadeira do cinema. O Agente da UNCLE é mais um desses acertos.

A história do filme, baseado numa série dos anos 60, nos mostra as agências de inteligência dos EUA e URSS tendo que se unir para parar a terrorista Victoria (Elizabeth Debicki), que possui a fórmula para fazer uma bomba atômica, e assim eles enviam seus dois melhores agentes para o caso, Illya (Armie Hammer, URSS) e Solo (Henry Cavill, EUA), com medo de que alguma nação diferente tenha um poder maior do que o deles.

Com essa base, o roteiro do filme brinca bem com a improvável união, usando estereótipos de uma forma que não cansa o espectador. Solo é o malandrão de mãos leves que se acha acima do resto, enquanto Illya é frio e duro, cada um representando o que se espera de seu país. Logicamente, isso abre espaço para todo o humor do filme, que contrasta os dois personagens o tempo inteiro, em uma atmosfera que lembra bastante a relação Sherlock e Watson dos últimos filmes (Guy Ritchie, que assina esse filme, fez os dois), embora haja mais equilíbrio neste caso, com os dois agentes tendo seus momentos de holofotes sem pesar para nenhum lado. As interações entre os dois são o ponto alto do filme, com diversas ótimas cenas.

Ainda quanto aos personagens, é legal notar como os dois possuem defeitos que são explorados ao longo do filme, quebrando o ar de seriedade ou “imortalidade” que cerca alguns personagens do gênero, com destaque para Illya neste ponto.

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O único revés do filme no roteiro é o mal uso da personagem Gaby (Alicia Vikander), que auxilia os dois agentes em sua missão, e até tem seu próprio arco, mas feito de forma mais fraca. Há momentos em que ela está ali apenas para ser um interesse romântico ou a donzela, sem uma participação mais ativa na ação (o que, inclusive, vai contra a apresentação dela no filme).

Na parte da direção, temos um trabalho que passa boa parte do tempo sendo neutro ou bom. Toda a ambientação do filme funciona muito bem, demarcando a época e as locações sem problemas, e a fotografia acerta na maior parte do tempo, mais caricata do que séria, tornando as situações do roteiro ainda mais destoantes do universo de espionagem à la James Bond. Há apenas um momento ou outro em que a câmera começa a ficar frenética demais, o que incomodou nas cenas onde ocorre.

Em um ano de grandes filmes do gênero, O Agente da UNCLE não fica no topo, mas possui uma boa qualidade. É um filme que consegue agradar bem os mais diversos públicos, e abre espaço para uma possível franquia, embora as bilheterias não estejam ajudando nesse ponto. De qualquer modo, a chance de ver um russo e um americano atuando lado a lado, em plena guerra fria, já vale o ingresso.

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o-agente-da-uncle-críticaO Agente da UNCLE

Diretor: Guy Ritchie

Roteiro: Guy Ritchie e Lionel Wigram

Duração: 116 minutos

Elenco: Henry Cavill, Armie Hammer, Alicia Vikander, Elizabeth Debicki

Lançamento: 03 de Setembro de 2015

Autor: Guilherme Souza

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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