Metro: Exodus | Review - Suspense, desafio e horror na dose certa - Nerdizmo
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Metro: Exodus | Review – Suspense, desafio e horror na dose certa

Desespero é a palavra que reflete muitos dos momentos de Metro: Exodus, o novo game da 4A Games que se inspira nos romances de Dmitry Glukhovsky.

Desespero é a palavra que reflete muitos dos momentos de Metro: Exodus, o novo game da 4A Games que se inspira nos romances de Dmitry Glukhovsky, de mesmo nome.

O título tem como sua marca registrada o suspense e o horror em uma perspectiva de primeira pessoa que outros do gênero nunca conseguiram criar. Com gráficos estonteantes e uma ambientação primorosa, o título te coloca em situações de perigo sem apelar para clichês ou cenas heroicas embarcadas de trilhas sonoras emocionantes. Algo que se distancia dos famosos blockbusters norte-americanos.

Você controla Artyom, um homem que sobreviveu no mundo pós-apocalíptico devastado por uma guerra nuclear, onde há pouquíssima gente viva e uma variedade de criaturas mutantes que caminham por aí, especialmente pelos esgotos.

Este título em específico traz algumas mudanças em relação aos dois anteriores, Metro 2033 e Metro: Last Light: os ambientes claustrofóbicos e obscuros debaixo da terra dão espaço também para o mundo lá fora. Um fator que pode desagradar alguns fãs da série, mas que na nossa opinião certamente deixou as coisas ainda mais interessantes.

É hora de explorar o mundo devastado

A narrativa de Metro: Exodus acompanha Artyom quando ele resolve explorar os arredores em busca de um lugar acima da superfície para chamar de lar. Algo que ele sempre sonhou em encontrar e criou coragem para explorar o mundo em busca disso.

Em um mundo totalmente destruído pela guerra nuclear, o personagem vaga por diversos locais da Rússia pós-apocalíptica e encontra alguns sobreviventes. Assim, ele aprende como essas pessoas conseguiram sobreviver nos últimos 20 anos.

Metro Exodus inclusive tem um foco nas amizades e relações que os personagens criam ao longo da jornada, aproximando-se em quesito de qualidade de roteiro de um seriado ou filme. Os companheiros de Artyom, por exemplo, se aproximam emocionalmente durante as suas aventuras. E cada um deles tem a sua própria vida e destino.

Dependendo do seu estilo de jogo e abordagem, também muda como a história se desenvolve, e tem um impacto no jogo em si.

A beleza pós-apocalíptica

Visualmente maravilhoso, Metro Exodus não perde em nada para os principais jogos desta geração. Apesar de não ser uma desenvolvedora tão gigante como a Electronic Arts, Ubisoft ou Rockstar, a 4AGames conseguiu um feito inacreditável ao retratar um mundo devastado com maestria.

Todo o visual, das cidades devastadas, vegetação, trens, criaturas, armas, personagens, são extremamente bem feitos e imersivos. E há diversas cut-scenes em meio a aventura que esbanjam dos gráficos criados por eles.

Com uma direção bastante interessante, o game passa a impressão de que realmente estamos por trás de uma máscara de gás.

O modo como a ação é filmada, cada cena e como o mundo é apresentado são um show a parte neste game.

A trilha sonora não fica atrás. As músicas e os sons são utilizados na hora certa e sem qualquer exagero. Efeitos sonoros dão toda a ambientação do ambiente devastado e passam a sensação horrível das criaturas que vivem no submundo.

Enquanto isso, há pausas oportunas de silencio e o não uso de músicas em determinados momentos o qual o jogador passa por apuros, por exemplo – o que é um ponto positivo, levando em conta que o foco aqui está no suspense.

Trata-se de um jogo com ritmo lento. E isso é algo que torna a narrativa ainda mais interessante, pois cria uma profundidade e imersão neste mundo pós-apocalíptico. E nos faz querer explorar cada canto para buscar novos itens e sobreviver a este inferno gelado.

Jogabilidade casca-grossa que exige cautela do jogador

Metro Exodus não é um jogo fácil, mas oferece desafio na medida certa. Você precisa todo o tempo ficar preocupado se a sua máscara de gás está sem danos, no refil de oxigênio, na bateria da lanterna, e ainda como se safar de horrendas criaturas.

O mundo pode ser considerado como semi-aberto, pois permite que você explore locais no seu próprio ritmo e escolha, mas mesmo assim mantém a direção do jogador para a narrativa principal.

São diferentes ambientes a serem explorados, o que muda a jogabilidade e mantém a inovação. E por falar de inovação, as mecânicas gerais do game foram aprimoradas, e algumas adicionadas.

Uma das mais interessantes é a bancada de criação, onde é possível desenvolver equipamentos baseando-se em itens que são encontrados nas explorações durante o jogo. E os itens podem ser adaptados de acordo com seu estilo de jogo.

Quem curte mais ação, por exemplo, pode apostar em munições e em pacotes de vida. Quem é mais furtivo, pode criar facas ou objetos de arremesso para distrair os inimigos. Além disso, a customização das armas está muito melhor desenvolvida e oferece dinâmica na jogabilidade: em poucos segundos, por exemplo, você insere uma lente telescópica em seu rifle de assalto, transformando-o em um rifle de longa distância. Se estiver escuro, pode também acoplar um visor noturno. E assim por diante.

Há também o ciclo de dia e noite, que afetam a jogabilidade. Bases inimigas, por exemplo, são mais seguras durante o dia, mas durante a noite, mais monstros aparecem.

Por todo o mapa, a casas seguras que funcionam como pontos para salvar o jogo.

Os pontos negativos existem, mas não estragam a excelente experiência

Em relação aos pontos positivos que este game possui, há pouquíssimos pontos negativos. Há alguns problemas de congelamento que ocorrem do nada – o que pode ser frustrante na hora de ter passado uma parte difícil.

Alguns personagens do jogo também têm diálogos repetitivos. E há quem reclame que há muito conteúdo de diálogo no game. Mas isso é questão de gosto, uma vez que as conversas dão toda a ambientação e profundidade para a história do game.

Outros bugs incluem alguns erros de movimentação dos personagens, que atravessam portas ou dificultam a vida do jogador na hora de se movimentar. Mas nada tão problemático.

Por fim, o tempo de carregamento para começar o jogo é bastante longo. Felizmente, este problema não se estende para depois que você está dentro da aventura. Só quando vai abrir o game depois de fechado.

Conclusão

Metro: Exodus, apesar de ter mudado um pouco a perspectiva dos esgotos para agregar um mundo aberto (e belíssimo, diga-se de passagem), é o melhor título da saga até o momento.

A 4A Games certamente conseguiu se superar na produção de um game com uma ambientação sombria e ao mesmo tempo desafiadora. Sem falar nos detalhes que se espalham por toda a obra, como histórias bem construídas para cada personagem e a fantástica ambientação a qual foi criada para o game.

Para quem gosta de jogos que brincam com o estilo sorrateiro, que inserem muito desafio e especialmente horror sombrio cheio de suspense e mistério, é uma ótima opção.

Metro: Exodus

Desenvolvedora 4A Games
Publicadora Deep Silver
Plataformas Xbox ONE, PlayStation 4 e PC
Data de lançamento        15 de fevereiro de 2019
Gênero Tiro em Primeira Pessoa
Modos de jogo Single-player

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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