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Máscaras de natureza em ilustrações surreais

Artista representa o que ele chama de “mudança climática digital”

Máscaras de natureza em ilustrações surreais

Nas ilustrações do artista Kit Layfield, as pessoas respiram nada menos que ecossistemas inteiros em máscaras de natureza. Embora elas representem um adereço muito presente em nosso cotidiano como forma de nos proteger do coronavírus, as ilustrações surreais carregam um significado mais abrangente.

As máscaras contêm arbustos, árvores, lagos e peixes. Diferentes ecossistemas que oferecem a estrutura necessária para manter os organismos vivos.

Muito mais que uma representação do ato prazeroso de respirar o ar puro, esses adereços simbolizam a internet, que o artista vê como um ecossistema digital. Nele, todas as pessoas estão conectadas a outras pessoas, mantendo vivos outros microrganismos, como as informações.

Layfield diz que as ilustrações refletem seu fascínio pelo que ele chama de mudança climática digital.

“Gosto de pensar nos vários ecossistemas de informações online nos mesmos termos que pensaria em um ecossistema natural. Um fato não pode existir sozinho, da mesma forma que uma flor não pode existir sozinha. Ela precisa estar enraizada em outra coisa.”, diz o artista.

Partindo dessa perspectiva, as informações massivas do mundo digital seriam como as inundações causadas pela mudança climática do mundo natural.

“O exemplo perfeito de mudança climática digital é o ecossistema de informações que envolve as mudanças climáticas reais. Todos os anos, as informações que apoiam as mudanças climáticas se tornam cada vez mais inegáveis e, simultaneamente, a crença dos americanos nas mudanças climáticas diminui. Acho que as informações online que sustentam a verdade da ciência climática estão por aí. No entanto, o ecossistema que permite que essas informações sobrevivam e se espalhem foi severamente ameaçado.”

À primeira vista, interpretei as ilustrações como uma forma de nos dar, visualmente, um respiro diante da necessidade de usar máscaras nas ruas e não podermos mais ter o prazer de sentir o vento no rosto. Também vi como uma maneira simbólica de ressaltar a importância do ecossistema em nosso ato vital de oxigenação.

Interessante como a perspectiva do próprio criador de uma arte pode revelar outras camadas de interpretação.

A arte está aberta à subjetividade, e assim a mágica está feita.

O que você sente quando olha para elas?

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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