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Grandes mulheres da música mundial

A história de quatro bravas mulheres que são monstros da música nacional e internacional

Grandes mulheres da música mundial

O escritor Rubem Alves diz em seu livro Pimentas que o dom “não se faz, mas se recebe dos deuses”. Segundo ele, o querer nada pode sem o dom e o poder precisa de alguma sorte.

As mulheres citadas neste post possuem essas três características: o dom, o querer e a sorte. Nomes que marcaram gerações e modificaram a música como conhecemos hoje.

Confira a história de grandes mulheres da música que são monstros da música nacional e internacional.

Grandes mulheres da música

Nina Simone

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Eunice Kathleen Waymon estava destinada a ser uma das grandes vozes do jazz. Rejeitada pelo conservatório musical da Filadélfia e com a suspeita de que sua rejeição ocorrera pela cor de sua pele, ela tentou sobreviver em Nova York com trabalhos precários, até que decidiu tentar a vida em Atlantic City.

Em um bar úmido – com o solo coberto de serragem para secar o álcool derramado – foi onde Eunice se transformou uma noite em Nina Simone. Simone nasceu como homenagem a atriz francesa Simone Signoret e Nina porque assim era chamada por um namorado latino que se referia a ela como “Niña”.

Nina era uma jovem pianista, mas foi obrigada pelo proprietário do bar a cantar para manter o emprego e todas as noites interpretava músicas que sua mãe – uma reverenda – teria condenado.

Ela usou sua voz e composições para denunciar a violência racista e gravou “Mississippi Goddam” (Maldito Mississipi) após saber que um jovem negro havia morrido após levar uma surra de um grupo de brancos, mesmo que isso lhe custa-se sua carreira e até a sua vida.

Nina Simone faleceu no ano de 2003, aos 70 anos, em Carry-le-Rouet, na França.

Édith Piaf

Édith Piaf

Édith Giovanna Gassion, ou simplesmente Édith Piaf, é até os dias de hoje considerada a “a  voz da França”.

Piaf tinha tudo para ser só mais uma entre tantas, filha de um contorcionista e de uma cantora de cabaré, que a trocou pela boêmia, ela foi criada no prostíbulo de sua avó e quando o seu pai percebeu que ela tinha uma voz acima do normal, passou a utilizá-la em seus espetáculos mambembes.

Quando tinha 16 anos o pequeno pardal (significado de Piaf) estava vivendo com uma amiga e cantando na “zona vermelha” de Paris. Édith acabara se casando com um entregador, mas a relação chegou ao fim, eles tiveram uma filha que falecera aos dois anos de idade de meningite.

Tempos depois Édith encontra com o dono de cabaré Louis Leplée, ele se depara em uma esquina com uma moça que possui voz de pardal e se encanta, logo deu-lhe cinco francos e um palco iluminado. Em 1947 ela se apresenta para seleta plateia do Playhouse de Nova York, e não mais por  uma questão de sorte, mas pelo poder e encanto de sua voz.

Mesmo marcada pelo abandono e privações, decepções amorosas e fuga no alcoolismo e nas drogas, Piaf possuía uma  força vital e criativa, que a fazia superar  tantos obstáculos e foi através da música que conseguiu ao menos amenizar tais dificuldades e fez sucessos como, “La vie en rose” (1946), “Hymne à l’amour” (1949), “Milord” (1959) e “Non, je ne regrette rien” (1960).

Com direção de Olivier Dahan, foi lançado em junho de 2007 um filme biográfico sobre Édith Piaf, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título “Piaf – Um Hino Ao Amor”.

Édith Piaf faleceu aos 47 anos em Plascassier na França.

Mercedes Sosa

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Mercedes Sosa, conhecida como a voz dos “sem voz”, nascida em San Miguel de Tucumán, ao noroeste da Argentina, começou a carreira ainda jovem aos 15 anos, mas só lançou seu primeiro álbum doze anos depois.

Sosa teve uma carreira marcada pelo ativismo político, lutou contra as ditaduras fascistas na América do Sul com a sua potente voz e se tornou uma lenda da música, ela foi membro do Partido Comunista e as suas simpatias políticas acabaram a levando à prisão durante um concerto na cidade universitária de La Plata, sendo exilada em 1979.

Chamada pelos fãs de “La negra”, um apelido carinhoso que adquiriu devido aos cabelos compridos e negros, Sosa sempre lutou pelos direitos dos mais pobres e pela liberdade política.

Durante as décadas de 70 e 80 a versão da música “Gracias a la Vida”, de Violeta Parra, tornou-se um hino para os esquerdistas de todo o mundo.

Mercedes Sosa faleceu aos 74 anos, em Buenos Aires, na Argentina.

Dona Ivone Lara

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Yvonne Lara da Costa fica órfã de pai e mãe ainda na infância e é colocada em um internato onde permanece até os 17 anos. Durante este esse período, torna-se aluna de Lucília Villa-Lobos, primeira esposa do maestro Villa-Lobos.

Tempos depois se forma em Enfermagem e se especializa em Terapia Ocupacional e assim segue trabalhando em hospitais psiquiátricos e no Serviço Nacional de Doenças Mentais.

Dona Ivone, então com 25 anos, se casa com Oscar Costa, filho de Afredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, e algum tempo depois compõem juntos o samba Nasci para sofrer, que se tornaria o hino da escola.

Em 1977, Dona Ivone se aposenta de sua ocupação de enfermeira e passa a se dedicar exclusivamente à carreira artística. O sucesso veio apenas quando teve sua composição “Sonho meu”, gravada por Maria Bethânia e Gal Costa no LP “Álibi”, de Maria Bethânia, em 1978, lançado pela gravadora Polygram.

Dona Ivone Lara lançou em 2009 o CD e DVD “Canto de Rainha”, ao qual faz uma retrospectiva de sua carreira e conta com a participação de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Arlindo Cruz .

Dona Ivone Lara reside no Rio de Janeiro e ainda encanta com seus sambas aos 92 anos.

Quem mais você incluiria nesta lista? Comente. 🙂

Leia também Mulheres incríveis da cultura pop

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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cladovalle
cladovalle
9 anos atrás

Ella Fitzgerald (!!), Jovelina Pérola Negra, Etta James… Incluiria estas e mais na lista 🙂

Mas curti as que você incluiu!

ingridps
ingridps
9 anos atrás

Amy Winehouse