Doutor Estranho no Multiverso da Loucura | Crítica - Nerdizmo
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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura | Crítica

Doutor Estranho

Quando a Marvel Studios revelou Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, afirmou que seria a culminação dos eventos que vimos em Loki, Wandavision e em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. O que ela não disse era que esta seria uma de suas maiores obras-primas, caminhando lado a lado com Capitão América e o Soldado Invernal e até mesmo Vingadores: Guerra Infinita como uma das suas principais produções.

A questão principal, por mais que o roteiro e a atuação de todos seja impressionante, se deve ao retorno de Sam Raimi aos filmes de super-heróis. Longe de babar ovo de diretor famoso, mas eu senti que estava nos cinemas novamente vendo um filme no mesmo nível de Homem-Aranha 2 de Tobey Maguire. Inclusive, há um grande flerte entre algumas cenas que são muito semelhantes ao antigo filme do aracnídeo.

Óbvio que Raimi não é o principal fator, mas graças à sua identidade narrativa e o pé no terror que ele sempre manteve, pudemos ter a primeira experiência da Marvel no gênero do medo. Você pode até julgar que a fórmula Marvel existe ali, mas Stephen Strange, America Chavez, Wong, Feiticeira Escarlate e os demais personagens estão dentro de algo ainda mais terrível e essa caçada é o que vai definir todo um universo cinematográfico daqui em diante.

A jornada destes personagens é incrível

Você é feliz, Doutor Estranho?

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura começa justamente do ponto que foi encerrado em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. Ele não é mais o Mago Supremo, porém continua agindo como um super-herói e é reconhecido publicamente por ter sido um dos elementos centrais na derrota de Thanos. As consequências disso, na sua vida pessoal, são devastadoras. Christine está prestes a se casar com outro homem, antigos colegas o culpam por ter optado por entregar a Joia do Tempo ao vilão e causado a morte de metade do universo durante cinco anos e tudo mais.

É justamente aí que entra a principal questão do filme: você está feliz? Essa pergunta é o que mais aparece durante a produção, seja feita pelos demais personagens ou quando ele mesmo se questiona sobre isso. É exatamente no meio de toda essa dúvida que surge America Chavez, uma jovem que está sendo caçada por ter a habilidade de viajar entre as realidades alternativas. A partir daí, eles partem em busca da ajuda da Feiticeira Escarlate para ajudar a protegê-la e descobrir o que realmente está acontecendo na extensão do multiverso.

Fiquem tranquilos, caros leitores, não entregarei spoilers do que você verá dentro do filme. O que eu posso dizer para vocês é que a Marvel Studios não só entrega tudo neste filme: eles se libertam das amarras que seguram a sua fórmula principal e oferecem uma verdadeira viagem não só para defender a jovem, mas sim de uma auto-descoberta de onde está o heroísmo de Stephen Strange. A trama é muito mais direta do que eu esperava, seguindo uma premissa básica para contar onde estes personagens começaram e onde vão parar no futuro.

Você é feliz?

Sem medo de mostrar mortes, sangue, plot-twists e até mesmo a presença das maiores figuras das HQs, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura será de longe uma dos melhores filmes que assistirá neste ano. O foco no terror foi acertadíssimo, mostrando criaturas temíveis, uma figura maléfica que possui motivações imparáveis e uma fuga que eles tem certeza que apenas adia o inevitável: a derrota do nosso principal herói. Ele sabe, desde os primeiros minutos, que não conseguirá vencer o combate. Então, a que custo ele dará um jeito em tudo?

Visualmente falando, o filme é um espetáculo. As atuações de Benedict Cumberbatch e Xochitl Gomez são impressionantes. Elizabeth Olsen, por mais que tenha brilhado em Wandavision, tem aqui o seu papel mais bem executado de sua carreira. Não citarei as participações especiais, porém todas tem um impacto tão forte que será bem difícil definir qual te surpreenderá mais. E nenhuma é colocada de forma deliberada, vale citar. É o que chamei de fanservice reverso, dar ao público o que queriam ali, mas não da maneira que esperavam.

Em quesito gráfico e de atuação, o filme está impecável

Raízes no Universo Cinematográfico Marvel

Um dos pontos que eu achei mais interessante é a sequência onde discutem a viagem através das realidades paralelas. Um papo iniciado em Loki, mais uma vez somos avisados sobre os perigos de uma verdadeira Guerra Multiversal que pode entrar em jogo a partir daquilo. Vendo com seus próprios olhos o risco de incursões, você percebe sob os olhos de Stephen o buraco que eles se enfiaram e qual dificilmente sairão. Isso ainda não é uma confirmação de que veremos Guerras Secretas nos cinemas, mas tudo indica que o caminho será este.

Se assistiu a série do deus da trapaça, isso não será problema algum em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Caso não, é bom recapitular a ideia: quanto mais os tecidos da realidade se afinam, o risco de duas delas colidirem é maior. Este evento é chamado de Incursão. E com diversos seres poderosos, você pode imaginar um verdadeiro combate para defender a sua de ser destruída no processo. Aquele que Permanece viu uma guerra no passado entre vários universos distintos e, temendo que acontecesse, podou tudo a apenas uma. Porém, as coisas saíram um pouco de seu controle e agora temos milhares delas surgindo.

Isso é importantíssimo para você compreender melhor o que eles discutem na parte “complexa” durante a produção. Sendo bem sincero, a única produção que realmente adiciona camadas é Wandavision. Loki é relevante ter visto, mas acabam explicando por alto para que não se sintam perdidos no cinema. What If…, por mais que tenha sido debatido a sua importância, é um fato de que não tem nada a ver ali. Apesar de alguns personagens semelhantes aparecerem, não são os mesmos e dá para pular sem problema algum. Ao menos por enquanto.

Bora maratonar Wandavision antes de assistir o filme

Se você tinha alguma dúvida se devia ir aos cinemas assistir ou não, minha resposta para você é SIM. Não apenas pela importância que ele terá para todo o futuro do MCU, mas também por estabelecer uma trama muito boa com uma qualidade ímpar deste universo. Vamos ser sinceros aqui, nem todo o filme da Marvel é bom. Esse saltará os olhos até dos mais críticos, então pode seguir sem medo. Quando sair do cinema, pode ter certeza de que não haverá arrependimentos.

Uma nota interessante, para finalizar, é te comentar que há duas cenas pós-créditos em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Uma delas estabelece o que veremos a seguir, enquanto a outra traz uma das participações especiais vistas dentro do próprio filme. Sem mais o que dizer, apenas afirmo que esta é uma verdadeira obra-prima da Marvel Studios e ouso dizer que é o melhor longa de toda a Fase 4. Tomem cuidado com os spoilers pela internet e façam um favor para si mesmos: vão assistir que ele vale demais a pena. O resto discutimos em um futuro próximo.

Veja mais em Críticas de Filmes!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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