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Pesquisadores descobrem como driblar a Síndrome do Impostor

O fenômeno psicológico que está ligado a uma inferioridade ilusória, que acomete inclusive pessoas brilhantes

Pesquisadores descobrem como driblar a Síndrome do Impostor

Sensação de inadequação, inferioridade e fraude: a Síndrome do Impostor é um fenômeno psicológico que está ligado a uma inferioridade ilusória, que acomete inclusive pessoas brilhantes.

Pesquisadores da Universidade Brigham Young realizaram dois estudos com estudantes matriculados em um programa contábil intensivo e de alto desempenho que tinham traços da síndrome: se viam como impostores e desmerecedores.

A ideia era analisar técnicas de enfrentamento baseadas em apoio social, que consiste em procurar apoio emocional ao conversar sobre o que se sente com outra pessoa.

Mas há uma ressalva para quem recorrer: familiares, amigos e pessoas que alguém admira e com quem mantêm uma relação saudável de pertencimento e confiança.

“Depois de buscar apoio fora do grupo social, os alunos conseguem entender-se de maneira mais holística, em vez de concentrarem no que achavam que faltavam em apenas uma área.”, concluem os pesquisadores.

No primeiro experimento, foram entrevistados 200 alunos de contabilidade, que haviam acabado de concluir o curso intensivo.

Foi constatado que os estudantes tiveram muito sucesso no ensino médio e nos primeiros anos de faculdade, o que ajudou a criar um auto conceito baseado em ser um aluno de alto desempenho.

No entanto, quando migraram para o programa de graduação em contabilidade, e começaram a competir contra um grupo de mesmo nível de desempenho, se sentiram impostores e inferiores.

“Como eu cheguei aqui? Como eles me aceitaram?Eu devo ter escapado de alguma maneira”, disse uma das participantes.

Pesquisadores descobrem como driblar a Síndrome do Impostor
Qualquer pessoa está sujeita à síndrome do impostor, independentemente de suas realizações pessoais

Ao buscar apoio emocional com pessoas próximas e de confiança, o sentimento foi reduzido para 10 a cada 15 alunos.

 Em contrapartida, buscar apoio emocional dentro do grupo competitivo de colegas mostrou um resultado negativo: 12 a cada 14 participantes dizem ter as sensações negativas ampliadas.

O segundo estudo, realizado com outro grupo de estudantes do mesmo curso, apoiou as descobertas do primeiro: a fonte social é um “fator-chave a ser considerado”.

Outra conclusão é que a síndrome do impostor tem pouca relação com o desempenho acadêmico dos alunos.

“De acordo com nossas descobertas, fatores sociais influenciam o impostorismo mais do que a capacidade real de um indivíduo ou a demonstração de competência”, escrevem os pesquisadores.

Ou seja, qualquer pessoa está sujeita à síndrome do impostor, independentemente de suas realizações pessoais.

“Isso apoia a noção de que o impostorismo pode existir, apesar de uma pessoa demonstrar suas capacidades e realizações por merecer pertencer a um grupo”, explicam.

Se você tem suas dúvidas sobre isso, eu te deixo uma anedota genial do escritor Neil Gaiman.

“Há alguns anos eu fui sortudo o bastante para ser convidado para uma reunião de pessoas notáveis: artistas e cientistas, escritores e descobridores de coisas. E eu senti que a qualquer momento eles perceberiam que eu não estava qualificado para estar lá, no meio dessas pessoas que realmente tinham feito coisas.

Na minha segunda ou terceira noite lá, eu estava em um canto do salão enquanto uma apresentação musical acontecia e comecei a conversar com um senhor muito legal e educado sobre diversas coisas, incluindo o fato de termos o mesmo nome. E então ele apontou para as pessoas no salão e disse algo como “Eu apenas olho para essas pessoas e penso o que é que eu estou fazendo aqui? Eles fizeram coisas incríveis, eu só fui aonde fui mandado.”

E eu disse “Sim. Mas você foi o primeiro homem a pisar na Lua. Eu acho que isso conta.”

E eu me senti um pouco melhor. Porque se Neil Armstrong se sentiu um impostor, talvez todo mundo se sinta assim. Talvez não haja adultos, apenas pessoas que tenham trabalhado duro e que também tiveram sorte, todos fazendo o melhor podem, que é tudo o que podemos realmente esperar.”

Leia também: Epicuro e sua visão sobre a felicidade plena

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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