Boyhood: Da Infância à Juventude | Crítica: 12 anos ao lado de uma família - Nerdizmo
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Boyhood: Da Infância à Juventude | Crítica: 12 anos ao lado de uma família

Um filme simples e profundo filmado em nada menos que 12 anos

Boyhood: Da Infância à Juventude - Crítica

Boyhood é um filme sobre a vida. Um retrato do que viemos fazer neste mundo, que é basicamente viver e seguir os eventos que ocorrem dia após dia. O longa, que foi rodado em segredo por 12 anos, acompanha a vida de Mason (Ellar Coltrane), dos cinco aos 18 anos de idade.

Neste período, o garoto interage com seus pais separados (Patricia Arquette e Ethan Hawke), sua irmã (Lorelei Linklater, filha do diretor), amigos e pessoas relacionadas a sua família.

Durante os 166 minutos de filme, que é muito bem apresentado e editado, pouco nota-se o quanto o tempo passa, como a própria vida, em que uma hora estamos dançando e pulando em uma festa de criança, outra nos preparamos para entrar no mercado de trabalho.

Em um momento, Mason brinca com seus amigos na rua, em outro, descobre a rebeldia da adolescência, para depois se formar na universidade e finalmente sair de casa.

Boyhood: Da Infância à Juventude - Crítica

O mais interessante e mágico de Boyhood está em sua simplicidade. É uma história comum de um garoto comum que se depara com a separação dos pais, as más escolhas de sua mãe, a chatice crônica de sua irmã e o simples fato de crescer e aprender.

A identificação com o filme, apesar de se passar nos Estados Unidos e retratar a vida de um garoto norte-americano, é inegável. Funciona mais ou menos como um álbum de fotos: um amontoado de lembranças importantes na vida de um menino, boas e ruins, que formam sua personalidade e como ele e os membros de sua família veem o mundo.

Vale lembrar que o diretor, Richard Linklater, é o mesmo da excelente trilogia Antes do Amanhecer. O longa está coberto de diálogos inteligentes e muito realistas e que poderiam fazer parte da vida de qualquer um de nós.

Boyhood: Da Infância à Juventude - Crítica

Diversos assuntos são abordados, desde a primeira experiência com álcool, maconha, namoro, separação, amizades, brigas, discussões, mudanças e tudo aquilo que faz parte de nossas vidas e, diga-se de passagem, tornam ela tão interessante. Especialmente para quem acredita que a felicidade e o sentido estão nas pequenas coisas.

Destaque fica também para a trilha sonora e para os elementos que definem muito bem cada época, que pega músicas populares – de Coldplay, Jet até Daft Punk – ou aparelhos eletrônicos como um GameBoy iPod e smartphones.

Boyhood: Da Infância à Juventude - Crítica

São acontecimentos simples que trazem significados profundos e dão um grande brilho para história, fazendo com que a gente fique preso na tela, interessados naqueles eventos, na ansiedade para descobrir como vai acabar. A verdade é que não dá vontade que acabe. Queremos continuar acompanhando a vida de Mason até o fim, pois ela reflete trechos de cada uma de nossas vidas.

Boyhood é um filme que reserva uma montanha de sentimentos: da tristeza e melancolia, até a curiosidade, carinho e felicidade. Do jeitinho que a vida é.

Nota: 5/5

5estrelas

boyhood-capaBoyhood: Da infância à juventude

Direção: Richard Linklater
Título original: Boyhood
Elenco: Kyle Catlett, Helena Bonham Carter, Robert Maillet
Gênero: Drama
Nacionalidade: Estados Unidos
Lançamento: 30 de outubro de 2014 (1h66min)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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