Séries e TV

A série Feel Good é baseada em uma história real?

A série Feel Good é uma das agradáveis surpresas que você pode encontrar no catálogo da Netflix. Conta a história de Mae Martin, uma/um comediante de stand-up que nasceu no Canadá e mora no Reino Unido – em uma luta para se encaixar na vida e em seu relacionamento amoroso.

Especialmente porque é uma pessoa não-binária e bissexual – o que pode gerar dúvidas, estranhamentos e homofobia. Consequentemente, gera questões e inseguranças para a pessoa. E a ideia ali é expor eventuais desafios psicológicos e interpessoais que uma pessoa como ela passou durante a vida.

Toda a narrativa está coberta de diálogos construtivos e interessantes sobre os mais diversos assuntos modernos: relacionamento amoroso, sexualidade, definição de gênero, filosofias de vida, amizade, e vícios (em drogas ou em qualquer outra coisa).

No final das contas, é uma experiência muito agradável e engrandecedora. Tanto que a gente se pergunta o quanto daquilo é verdade. Vamos então discorrer sobre isso.

A série Feel Good é, na verdade, emocionalmente autobiográfica

Criada, escrita e com atuação de Mae Martin, ela faz ali o papel de si mesma. Mas há muitas situações em que nos perguntamos do quanto aquilo é real. A resposta para isso é que tudo aquilo, na verdade, é emocionalmente real.

Mas o que isso significa? Bem, quer dizer que nem todos os personagens e acontecimentos de fato aconteceram, mas sim representam uma realidade emocional que ela passou em sua vida. Mais precisamente, de uma Mae Martin de 10 anos atrás – quando ela se mudou para o Reino Unido.

“Tem uma verdade emocional, porque é baseado em experiências que tive. Já namorei muitas garotas que nunca estiveram com uma garota antes, por exemplo, o que cria uma dinâmica bastante romântica e dolorosa”, diz Mae Martin em uma entrevista ao jornal The Guardian.

Ela também descreve a personagem Mae como uma “bagunça” que tem “um controle bastante tênue da sobriedade”, mas que também tem muito “otimismo e ingenuidade”.

Feel Good é também muito específico. Trata das questões pessoais e profundas de Mae. E justamente por ser específico, é que as pessoas se identificam com a personagem.

“O amor é universal, felizmente, mas também em geral, descobri que sempre que sou mais específico em minha postura, revelando alguma neurose estranha ou peculiaridade de que me envergonho, é com isso que as pessoas mais se identificam. A especificidade é a chave!”, diz.

Além de tudo, o seriado lida com a temática LGBT+ e prega, em especial, a não rotulagem das pessoas. E é justamente assim que vemos Mae. Ela/ele como simplesmente é, sem qualquer rótulo. Afinal, tanto faz se é homem, mulher, trans ou o que for.

“É apenas uma história de amor, e isso é tudo o que realmente queríamos dizer sobre sexualidade”, disse Martin ao Harper’s Bazaar. “Espero que ajude para que as pessoas possam ver como essas pessoas são relacionáveis. Queríamos dizer: ‘Veja como o relacionamento deles é semelhante ao seu, mas com esse estresse adicional por causa da vergonha internalizada e da homofobia.'”

Juntamente com todas essas questões e assuntos, temos também na segunda temporada a abordagem de algo extremamente importante: o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) — condição em que as pessoas desenvolvem depois de vivenciar ou testemunhar acontecimentos assustadores.

Portanto, mais importante do que ser uma história real de fato, a série Feel Good trata de assuntos muito reais. E de emoções reais. Isso torna esta produção extremamente valiosa. Por nos mostrar realidades as quais muita gente não aborda frequentemente. Mas que fazem parte da vida de muita gente no mundo todo.

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Flávio Croffi

Jornalista há mais de 18 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principoais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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